sexta-feira, 20 de maio de 2011

J.R. Ward - Série Irmandade da Adaga Negra # 6 - Amante Consagrado

AMANTE CONSAGRADO (LOVER ENSHRINED)
J.R. WARD
Universo dos Livros
552 páginas
2011



Bom, devo confessar (um tanto infantilmente) que “Phury” me lembra “fluffy” já tomei birra daí.Pra mim a autora devia ter usado Fury mesmo pro nome do guerreiro que tem muito mais peso e 'fúria' do que este ‘ph’ de ‘pharmácia’ que soa como um gato gordo ronronando.

Neste sexto livro mergulhamos na estória do Phury, irmão gêmeo do Zsadist. Revivemos sua busca pelo irmão, temos o seu ponto de vista da situação mostrando como sua família foi destruída pelo seqüestro do bebê, como seus pais praticamente vegetaram após a perda do filho, e o como sua própria vida foi modificada depois que tomou para si o manto de herói mártir para consertar as coisas, o quanto se sentia culpado por não ter sido ele a sofrer tudo o que o irmão sofreu. Isto o tornou super protetor com o Z deixando sua vida de lado para procurar compensar o irmão (embora este nunca o tenha pedido).
Phury é um guerreiro bonito, com cabelos multicoloridos e compridos, que perdeu parte da perna durante o resgate de Z (numa cena muito comovente) e usa uma prótese. Vemos no terceiro livro quando acontece a redenção/recuperação de Z por causa da Bella, que Phury, até então celibatário, se apaixona pela fêmea, sofrendo muito por este sentimento proibido, já que nunca tiraria nada do irmão (não que Bela tenha alguma vez acenado a ele com esta possibilidade, desde o início para ela, só existia Z).

É um livro intenso, dada a profundidade e complexidade do dilema interno de Phury e seu vício por uma droga suave que eles chamam no livro de “fumaça vermelha”, que toda a Irmandade (exceto Z) consome esporadicamente, mas o leva até o fundo do poço no vício, chegando a evoluir para heroína. Aliás, no final do livro, ele recorre a reuniões humanas de Narcóticos Anônimos para aprender a viver com o vício, por mais insólito que possa parecer.

No decorrer do livro assumindo seu posto de Primale diante das Escolhidas, ele conhece a rebelde Escolhida Cormia e após MUITA enrolação e um romancezinho meia-boca eles ficam juntos, com ele dando um nó na Virgem Escriba para mudar as regras do jogo permitindo que ele permaneça como Primale, mas fiel somente a uma das Escolhidas (Cormia) e que às outras, cuja função é procriar para eternizar a espécie seja permitido que vivam (as que assim quisessem se rebelar como sua shellan uma vez o tinha feito) neste lado e escolherem elas mesmas seus machos para procriarem.
Neste ponto percebemos que a Virgem Escriba passa de uma entidade vigorosa, cruel e extremamente inflexível que era no primeiro livro – a ponto do Wrath tremer diante dela, aquela que amaldiçoou um filho que dizia amar (Rhage) com uma besta interior só porque ele ousou matar uma de suas corujas – para uma divindade decorativa, manipulável, fraca... Muito estranho (e isso vai ficando cada vez mais evidente nos outros livros). Dá meio aquela sensação que temos de que “Deus” saiu de férias, dado a quantidade de coisas injustas e inexplicáveis acontecendo aqui embaixo...

Eu achei fraquinho este livro... vale ler pela relevância dos acontecimentos e para compreensão dos próximos, mas não esperem demais. Dada a intensidade do amor platônico do Phury pela Bella, sua capitulação por Cormia, fica com um gosto tão amargo de prêmio de consolação, que tira muito do brilho do que poderia ser uma estória linda.

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