J.R. Ward
Universo dos Livros
448 páginas
2010
Este segundo livro trata da estória do Rhage, o mais forte dos irmãos (e o mais engraçado também). Seu apelido é Hollywood devido à sua beleza cinematográfica (segundo a descrição do livro, Brad Pitt a seu lado seria chamado de Patinho Feio).
Rhage foi amaldiçoado pela Virgem Escriba depois de um lamentável erro cometido num momento de fúria intempestiva: sua maldição é carregar dentro de si uma besta que é libertada em momentos de fúria, medo ou descontrole. É ele perder as estribeiras e o seu Godzilla interno, devastador e mortal destrói tudo a sua volta. Na luta contra os lessers, é uma arma poderosa, a frustração é que, quando tudo sai do controle, ele pode destruir não só os inimigos, mas também os amigos e é isso que o atormenta e a todos ao seu redor. Rhage convive com a presença da besta o tempo inteiro, como um zumbido incômodo dentro de si, um chamado constante, lhe lembrando sua maldição. Só o que mantém a besta num nível suportável é a luta e o sexo. Rhage abusa dos dois, como um viciado sem controle.
Mary Luce é uma humana que sofre. Solitária, mediana, trabalhava com crianças autistas antes de iniciar sua batalha contra a leucemia, que lhe consumiu a saúde, tempo e parte de sua paixão pela vida. Quando jovem, viu sua mãe morrer desta mesma doença, uma morte feia, dolorosa, e seu maior receio era passar pelo que ela passou e morrer sozinha, ao que tudo indica, é exatemante o que lhe acontecerá, o destino é uma cadela cruel... depois de deixar de trabalhar com as crianças, passou a ocupar seu tempo com trabalho voluntário, como atendente de uma espécie de CVV como forma de manter a cabeça ocupada e o nível de humanidade e carga emocional controlado: enquanto ocupava-se do problema de outras pessoas, conseguia deixar os seus de lado.
Por meio deste trabalho John Matthews, um rapaz órfão, franzino, mudo e assustadiço, chega até ela. Uma noite, a segue com sua bicicleta até sua casa, observando-a a distância, como que para protegê-la. Condoída pela situação do rapaz chama-o para ficar com ela por um tempo, falando com ele, através da linguagem de sinais.
Ela não sabe que sua vizinha Bella é uma vampira, e nesta noite, Bella nota algo diferente em John. Ele carrega uma pulseira de couro, onde há um nome guerreiro escrito no Idioma Antigo, e ela então o identifica como um pré-trans (um humano que em breve se transformará em vampiro), por causa da pulseira, ela informa Irmandade e consegue um encontro deles com John, fingindo ao garoto que a visita era para conseguir-lhe uma bolsa de estudos em artes marciais (assunto pelo qual é fanático) mas na verdade, o intuito é conseguir-lhe a ajuda que necessitará em sua transição.
Mary é levada junto, como intérprete e nesta primeira visita dos três à fortaleza, num momento sozinha, no corredor, ela encontra Rhage.
Rhage não sabe o motivo, mas o som da voz daquela humana frágil e doente parece ser o único antídoto para sua besta, e ao primeiro som daquela voz musical e hesitante, pela primeira vez em décadas, o zumbido constante do seu monstro é abafado, e ele parece encontrar seu caminho para a paz.
No entanto, Mary traz seus próprios demônios dentro de si, e a sentença de morte que a leucemia significa para o seu corpo humano além do entrave mental que impõe ao seu lado emocional, será o monstro mais letal que Rhage terá de combater, se quiser ter a humana ao seu lado.
O segundo livro é basicamente a estória de Rhage e Mary, aliás, Rhage, Mary e a Besta (uh-la-la, que ménage!), mas há a inserção do apaixonante tema do terceiro livro, que se tratará de Zsadist e Bella, que devo admitir, é meu livro favorito de toda a série:
Na mesma ocasião do primeiro encontro de Rhage e Mary, Bella entra inadvertidamente na sala de treinamento da Irmandade e se depara com o ameaçador Zsadist, todo fúria e concentração, esmurrando um saco de pugilista. Ele não fica nada feliz ao ser interrompido por ela, se aproximando ameaçadoramente com uma adaga na mão, e Phury intervém avisando-a para manter-se longe de seu perigoso gêmeo, antes que ele a machuque.
Quase no final deste segundo livro, Bella, em nova visita à mansão da Irmandade, não consegue tirar Zsadist da cabeça. Desde o primeiro e inadvertido encontro, ouviu rumores assustadores sobre ele: que só se alimenta de sangue humano, que mata por prazer as fêmeas da espécie, é louco e aqueles ameaçadores olhos negros como a noite a atormentam e atraem. Ele possui uma grande cicatriz que cruza seu rosto lhe dá uma aparência mortal, deformando desde a sobrancelha até seu lábio superior que nunca sorri, maculando um rosto que – de outra forma e tomando por base seu gêmeo Phury, seria bonito. Ao contrário do gêmeo de cabelos espetaculares, mantém os seus raspados.
Bella é uma vampira da glymera – aristocracia vampírica – contra a qual se rebelou há alguns anos e tem dentro de si ímpeto e ousadia suficiente para se atrever a sentir-se atraída pelo perigo que Zsadist representa.
Z não entende porque a vampira grã-fina insiste em encará-lo o tempo inteiro, não prestando atenção em mais nada a seu redor, só quer ser deixado sozinho, morto, perdido em seu ódio. Tenta de todas as maneiras se livrar dela, direcionando o interesse dela para seu irmão celibatário a quem é evidente que ela atraiu, já que este não desgrudava os olhos de cima dela.
Em determinada altura, após ele literalmente ter de mandar ela parar de encará-loe deixar em paz, ela o segue teimosa até seu quarto, sem ele perceber.
Quando a vê entrando em seu quarto, ele a puxa ameaçadoramente e zomba do interesse que ela demonstra, prende ela contra a parede e acaricia seu corpo dura e cruelmente, disposto a assustá-la um pouco, mandá-la embora de modo que ela fique com tanto medo que jamais volte. Após afundar o dedo em sob suas calcinhas, retrai-se chocado e afasta-a com um incompreensível “vá embora, você me deixa doente”.
Bella se recompõe rapidamente e sai do quarto, Z corre para o banheiro, e vomita, trêmulo e chocado com a comprovação de que ela não estava so brincando de provocá-lo, ela realmente o desejava. O líquido sedoso em seus dedos provavam isso. Nunca mulher alguma tinha estado molhada para ele, desde a Ama, e ela não tinha sido uma referência boa.
Vomita em espasmos incontroláveis, tentando se livrar do cheiro dela, da lembrança de sua suavidade e do modo cruel como a expulsou.
Bella não agüenta, volta para dizer poucas e boas para aquele imbecil, para gritar com ele.
Ao entrar no quarto e vê-lo pela porta entreaberta do banheiro, sem camisa, curvado à beira do vaso, dá um passo para trás, angustiada com as marcas de açoite que ele trazia nas costas. O sujeito tinha o corpo inteiro marcado por feias cicatrizes, além de tatuagens de escravo de sangue: largas faixas pretas ao redor do pescoço e pulsos.
(...)
- Porra, porque está outra vez no meu quarto? – grita ele se encolhendo num canto do banheiro.
- Eu vim para gritar com você. – responde sem pensar - Pensei que era só modo de dizer, não imaginei que te deixava doente de verdade.
A situação em que ele se encontrava desperta nela algo mais do que curiosidade e atração pelo perigo, ele parece realmente doente, e ela estende a mão para tocá-lo, com... carinho e conforto.
- Não me toque. Não posso... não posso suportar ser tocado, certo? Dói.
- Por quê? - Disse ela suavemente. - Por que lhe…
- Porra, saia daqui por favor. - Quase não podia pronunciar as palavras. - Estou a ponto de destruir algo. E não quero que seja você. (...)
Bella se lembra do que Phury disse a respeito de seu gêmeo... algo sobre ele não poder ser consertado, pois não estava quebrado. Ele estava destruído.
Confusa com a tempestade que se desencadeia nos olhos escuros dele, ela se vai.
Mais para o final de Amante Eterno, Bella é seqüestrada pelos lessers, numa emocionante e maravilhosa ponta para o terceiro livro.
Zsadist mergulha então numa busca obsessiva por vingar sua morte.
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