J.R. Ward
Universo dos Livros
525 páginas
2011
Bom... Eu adorei o quinto livro.
Não sei se porque eu achei o casalzinho Butch e Marissa fraquíssimos, a estória do Vishous pra mim foi ótima. Ele é um personagem muito controverso, com um passado quase tão pesado quanto o do Zsadist, o que o levou a desenvolver fortes tendências BDSM, a ponto de ter uma câmara de tortura em sua cobertura na rua Commodore. Sua única maneira de encontrar prazer (ainda que um prazer vazio venhamos e convenhamos) é subjugando vampiros e vampiras que se submetem com prazer à sua dominação. A maldição de V. é ter uma das mãos com um brilho sobrenatural, com o poder destrutivo de uma bomba atômica, por iso ele usa o tempo inteiro uma luva forrada de chumbo para neutralizar seus efeitos. Usa cavanhaque e tem parte do rosto e a mão 'ruim' tatuados com avisos no Idioma Antigo, seus olhos são brancos, como diamantes, bordeados de azul marinho.
Após uma noite de luta com os lessers, acontece algo errado, muito ferido com uma bala no coração, V. é levado a um hospital humano. A dra. Jane Whitcomb é quem faz uma cirurgia e o salva.
Ainda anestesiado e em recuperação, após um daqueles deliciosos e inexplicáveis momentos de “Minha” seguido pelo rugido do macho vinculado e o arreganhar das presas, ele ordena que a levem junto quando a Irmandade invade o hospital para resgatá-lo.
Vishous não sabe porque, mas algo naquela doutora desperta sentimentos em si, um instinto de posse e uma necessidade de estar perto dela, não consegue deixar o hospital sem ela e leva-a junto para a mansão da irmandade, querendo entender o que acontece, intencionando liberá-la em breve após apagar sua mente.
Assim como o livro do Z, os capítulos se intercalam entre presente e passado de Vishous BloodLetter, desde a infância e também é emocionante e doloroso acompanhar o crescimento dele, e no processo, muito do seu 'eu' atual se explica.
A descrição do cativeiro da Jane e da difícil aproximação deles é fantástica. Jane é solitária, porém destemida. A paixão dela pela medicina e genética desperta fascinada ao tomar contato com uma raça diferente, com tal poder de regeneração e cura. Apesar de uma humana ‘normal’, ela é ousada e curiosa, há uma cena maravilhosa entre eles, quando um pouco antes de se separarem Vishous a leva à sua cobertura e mostra o quão anormal ele é, dando-lhe a prova suprema do amor dele: pela primeira vez ele abandona a posição de dom, para ser sub. E o negócio pega fogo! Em certa altura, há a revelação de que ele é filho legítimo da Virgem Escriba, a mãe da raça (daí sua mão brilhante, em essência, a mesma substância que - em maior grau - reside nela), e a ele está designada a função de Primale, que é o macho responsável por procriar com as Escolhidas, no Outro Lado. Pra mó di purificar a raça e engrossar as fileiras de guerreiros valorosos na luta da Irmandade contra os lessers. Ele seria um tipo meio bizarro de 'abelho rainho'
Se já era difícil para ele tomar a humana como sua shellan, depois desta então, se torna impossível. Ainda mais ele, que tem dificuldades com o bom e velho sexo por motivos exclusivamente procriativos.... Bom, muita água escorre da ponte. E após muitos momentos de depressão pré-suicida de todos os lados, Phury, num ímpeto de mártir e para esconder a frustração por amar a shellan de seu gêmeo, assume para si o 'cruel encargo' de dar conta das Escolhidas no Outro Lado e Vishous então é liberado para ficar com sua humana.
Mas aí ela morre. E esta cena é muito triste, lembro que li no ônibus e as lágrimas escorriam...
E então, não mais que de repente, a autora peida no fubá... Jane morre, mas devido ao pedido desesperado de seu filho Vishous, a Virgem Escriba intercede junto ao Pai para que de alguma forma eles possam ficar juntos e Jane volta... como um fantasma (porque cada concessão dos deuses implica em um sacrifício, e nada vem de graça).
Ah? O que? Sim, vocês leram certo...
Um vampiro e uma fantasma. *uma pausa para engolir a seco*
É... a maior reclamação dos leitores quanto a este livro é justamente a inverossimilhança disto tudo...
A autora tenta consertar, mostrando como o poder da mão brilhante de Vishous é a única coisa que faz com que Jane fique trangível, ou seja, enquanto com ele, ela é uma pessoa de ‘carne e osso’, embora sem a força da mão dele, seja incorpórea a menos que se concentre muito. Mostra eles no after, sendo felizes e vivendo normalmente, ela se torna a médica oficial da Irmandade (e a Virgem sabe que eles precisam muito de um médico residente, já que toda a noite de luta rende muitos machucados, ossos quebrados e tudo o mais).
Mas venhamos e convenhamos... Fantasma?
Difícil de engolir.
Só perdôo porque o livro, no geral, é muito bom.
** curioso é que a autora, no Guia dos entendidos (livro 6,1) diz que ficou surpresa com a falta de receptividade dos leitores quanto a este desenlace. Para ela era tão normal e todo mundo chiou – rsrsrsrsrs. Escritores... sempre incompreeendidos!
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