Shadow’s Claim features Prince Trehan, a ruthless master assassin who
will do anything to possess Bettina, his beautiful sorceress mate, even
compete for her hand in a blood-sport tournament— to the death.
HE WON’T BE DENIED
Trehan Daciano, known as the Prince of Shadows, has spent his life
serving his people—striking in the night, quietly executing any threat
to their realm. The coldly disciplined swordsman has never desired
anything for himself—until he beholds Bettina, the sheltered ward of two
of the Lore’s most fearsome villains.
SHE’S BOUND TO ANOTHER
Desperate to earn her guardians’ approval after a life-shattering
mistake, young Bettina has no choice but to marry whichever suitor
prevails—even though she’s lost her heart to another. Yet one lethal
competitor, a mysterious cloaked swordsman, invades her dreams, tempting
her with forbidden pleasure.
A BATTLE FOR HER BODY AND SOUL
Even if Trehan can survive the punishing contests to claim her as his
wife, the true battle for Bettina’s heart is yet to come. And unleashing
a millennium’s worth of savage need will either frighten his Bride
away—or stoke Bettina’s own desires to a fever pitch. . . .
Dia
26/11 foi lançado o primeiro livro da série The Dacians: Shadow's
Claim, que seria antes o 13º livro da série Immortals After Dark.
Consegui rapidinho o ebook, e terminei de ler hoje, depois de uns dias
devorando as páginas...
Gostei bastante do livro... sou fanzaça da narrativa da Kresley Cole,
não tem jeito. Ter um pouco que seja de Lothaire e Nÿx é impagável - são
sempre personagens muito divertidos.
Bom, o que dizer de Shadow's Claim sem revelar muito?
A estória cronologicamente se desenvolve em paralelo à do livro Lothaire
(IAD 12), com os acontecimentos do despertar da La Dorada, o
emparelhamento do Lothaire, o sumiço de Melanthe, Lothaire no trono de
Dacia sendo citados como marcadores para situar os fatos.
Fatos: Trehan é um vampiro da Dacia (Reino de Sangue e Névoa), um reino
escondido e ancestral, cuja lei diz que entra não pode mais sair, sob
pena de morte... O responsável por estas mortes é o frio, implacável e
cruel Trehan, a espada do reino. Em uma da missões, ele vai parar no
reino de Abbadon, para matar Caspion, um demônio abbadonae que se
abrigou em Dacia por um tempo, e eventualmente fugiu. Em sua busca por
Caspion, ele ve Bettina pela primeira vez, a única herdeira do reino de
Abbadon, uma mestiça de demonio e sorceri (feiticeira) de 22 anos,
ingenua, medrosa e ainda sem controle de seus poderes. Por um daqueles
motivos que só será descoberto na Acession (e talvez também a Nÿx
saiba), ele é sangrado por ela, e a reconhece como sua Noiva, a femea
que lhe é destinada, com todas aquelas caracteristicas adoraveis que já
conhecemos de IAD).
Só que a inocente, jovem, manipulável e medrosa Bettina ama Caspion, seu
amigo de infância, alvo do implacável assassino daciano... imaginem
então o tamanho do problema...
O livro se desenrola em meio a um torneio de vida e morte, cujo premio é
a coroa do reino de Abbadon e a mão da princesa Bettina, então temos
paginas e mais paginas de criaturas horrendas, ambiciosas e poderosas se
matando para conseguir a coroa do reino. E temos Caspion, fugindo do
anjo da morte Trehan, e temos Trehan, se remoendo de ciume, sede e
necessidade, enquanto mata os oponentes um a um para conquitar o amor de
sua Bride.
Temos paginas e mais paginas de uma Bettina chata, indecisa e suspirante
por um Caspion frívolo e mulherengo, e mais de um Trehan apaixonado,
paciente, forte, profundamente tentador e sensual. Dá vontade de
estapear a mocinha, juro. Mas ela vai se desenvolvendo no decorrer da
leitura... ele a ajuda a crescer, ser mais poderosa, confiar nele,
coisas assim... E temos páginas bem hot hot dos dois tb, o que é bem
típico da autora.
Ao mesmo tempo (como já vimos superficialmente no livro do Lothaire), o
reino da Dacia está naquelas, com 4 aspirantes ao trono (Trehan, Viktor,
Mirceo e Stalen) abrindo mão do trono em prol de Lothaire, que traz
muitas mudanças ao sisudo reino de sangue e névoa (basicamente trazendo
mais sangue e menos névoa). A sombra da Acession (anunciada pelo
despertar de La Dorada pairando sobre todas as criaturas do Lore, uma
valkiria aqui e ali, vislumbres de Sabine na busca pela irmã Melanthe
(raptada por Vrekeners em livros anteriores), além de uma pitadinha de
Munro McRieve, numa busca cansada pelo irmão Uilleam (talvez assunto do
próximo IAD?).
Enfim, todos os ingredientes de um autêntico livro da série Immortals After Dark...
O que ainda me fugiu à compreensão é como a autora pretende (e se
pretende) manter esta série separada de Immortals after Dark, com um
livro tão dependente.
Uma subsérie só sobre os vampiros da Dacia?
Complicado, um: eles são chatinhos (rs)...... dois: uma das coisas que
eu mais admiro em IAD é a complexidade e diversidade de personagens: a
série é dinamica! Em um livro as personagens centrais são demonios, no
outro são valquirias, no outro são bruxas, no outro lykaes, todos
acrescentando um passo no caminho rumo a Acession.
Se houver toda uma série só sobre os vampiros dacianos (cujo pesonagem
mais legal é o Lothaire, que já teve seu livro) corre o risco de ficar
enfadonha. Só de imaginar um livro todinho pro Mirceo já me dá desespero
:\
Mas a leitura foi legal. Dá para acalmar a ansiedade até o lançamento de MacRieve, em Julho de 2013
Não existem livros morais ou imorais. Os livros são bem ou mal escritos. (Oscar Wilde)
domingo, 2 de dezembro de 2012
Alice in Zombieland [The White Rabbit Chronicles #1] Gena Showalter
Had anyone told Alice Bell that her entire life would change course between one heartbeat and the next, she would have laughed. From blissful to tragic, innocent to ruined? Please. But that's all it took. One heartbeat. A blink, a breath, a second, and everything she knew and loved was gone.
Her father was right. The monsters are real.
To avenge her family, Ali must learn to fight the undead. To survive, she must learn to trust the baddest of the bad boys, Cole Holland. But Cole has secrets of his own, and if Ali isn't careful, those secrets might just prove to be more dangerous than the zombies.
Me decepcionei um pouquinho com este livro.
Gosto muito da série Lords of the Underworld da autora e adoro o tema 'zumbis' (pelo menos no cinema), então acho que cheguei às primeiras páginas de Alice com um pouco mais de expectativas do que seria bom para curtir a leitura.
Eu esperava um pouco mais tempero, tanto nos fatos quanto nos diálogos, mas a falta disto pode ser explicada facilmente pelo publico alvo que é diferente da outra série: este é um livro juvenil. Com todas aquelas coisas de highschool, primeiros beijos, voltar para casa antes das dez, e tudo o mais. Natural que seja menos hot e mais inocente.
A estória em si: Alice Bell é uma garota como qualquer outra, er... mais ou menos: o pai dela é maluco. Ele vê coisas: criaturas que atacam na escuridão, criaturas que só ele vê. Mantém, desta forma a família toda enclausurada, tornando a infância de Alice e principalmente, sua pré-adolescência, um inferno. Eis que, no desenrolar da estória, descobrimos que o único certo da família era o pai, e que as criaturas que só ele via, realmente existem. Após um acidente que mata sua família, Alice começa a ver o que o pai via: zumbis.
Após a perda da família, ela vai viver com a avó e o avô, e na nova escola, conhece Kat, que passa a ser sua melhor amiga e acaba envolvendo-se com a turma de bad-boys local. Só que os aparentemente bad-boys são, na verdade os mocinhos da estória: são eles que protegem, na calada da noite, a cidade incauta dos zumbis que ela nem sabe que existem.
O livro se desenrola mostrando as descobertas de Alice, seu arrependimento pelas vezes que duvidou de seu pai, a saudade da família, o envolvimento gradual com Cole - chefe dos bad-boys combatentes de zumbis - a amizade com Kat e a reconstrução de sua vida pós-orfandade.
É um bom livro, mas não é nem de longe o melhor da autora. Recomendo para adolescentes em geral, acho que se eu tivesse lido com 15 anos, eu teria adorado!
E o vínculo com a obra de Lewis Carrol, para justificar o trocadilho do nome, é muito tênue... muito, muito tênue.
Maus - Art Spiegelman
Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman,
judeu-polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz,
narrada por ele próprio ao filho Art.
O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991.
No ano seguinte, Maus ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas -história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume.
Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.
Li este por sugestão do marido, que emprestou da biblioteca da escola.
Não sou super fã de HQ, mas amei Maus. Chorei e me emocionei muito com as tiras, a história do pai do autor e de tantos outros que sobreviveram, e dos que não, das coisas horrorosas que aconteceram durante a segunda guerra mundial representadas em traços crus, monocromáticos.
Uma visão interna, crua, que emociona simplesmente por ser real, sem ser apelativa.
Ri em algumas partes em que o autor perde a paciência com o pai, já velhinho lhe contando os fatos para que ele escreva a história.
A metáfora das escolhas dos animais para representar as diferentes raças também provoca reflexão. Merece ser lido!
Leitura finalizada em 1710/2012
O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991.
No ano seguinte, Maus ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura. A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas -história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume.
Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.
Li este por sugestão do marido, que emprestou da biblioteca da escola.
Não sou super fã de HQ, mas amei Maus. Chorei e me emocionei muito com as tiras, a história do pai do autor e de tantos outros que sobreviveram, e dos que não, das coisas horrorosas que aconteceram durante a segunda guerra mundial representadas em traços crus, monocromáticos.
Uma visão interna, crua, que emociona simplesmente por ser real, sem ser apelativa.
Ri em algumas partes em que o autor perde a paciência com o pai, já velhinho lhe contando os fatos para que ele escreva a história.
A metáfora das escolhas dos animais para representar as diferentes raças também provoca reflexão. Merece ser lido!
Leitura finalizada em 1710/2012
O caçador de Pipas, Khaled Hossein
Ah! Atualizando o lado "cultural" (ou não) da coisa...
Terminei em 30/12/2012 um livro que tinha começado e parado nas primeiras páginas. O caçador de pipas. Li em ebook e praticamente de uma tacada só, terminei de ler no sábado passado, as três da madrugada, achei muito emocionante. Chorei bastante no final. Fui dormir com o coração esmigalhado, pensando e repensando na humanidade, na (ir)responsabilidade de ter colocado um filho no mundo, num mundo tão cruel onde as pessoas são tão fracas, tão mesquinhas, tão más de forma tão desnecessária, tão gratuita.
Que coisa triste é a guerra, e que guerra é viver!
Eu gostei muito da estória. Me identifiquei demais com a fraqueza, as dúvidas, as mágoas, o ressentimento e a covardia de Amir diante da pedra no sapato que é ter uma pessoa tão perfeita, tão iluminada, tão certinha como Hassan era, em sua vida, em sua casa, em seu coração, alguém a quem a gente sabe que TEM de amar e até ama, mas que no fundo, no fundo, desperta às vezes aquele impulso de provocar e testar para ver até que ponto a perfeição aguenta antes de ceder e ruir, e então aflora o tal do "instinto pelvelso".
E o pai do Amir, tão culpado, tão responsável pelo que o filho se tornou, pela covardia, com seu jeito canhestro de lidar com a paternidade, com as mentiras, no entanto, um tanto justificado por ter criado ele sozinho após a morte da esposa. Tantos defeitos, tantas justificativas, impossível não compreender, não perdoar, a cada um deles...
Um menininho tentando conquistar o pai. A vida inteira. E no final, descobre as mentiras os pés de barro do herói dourado.
Um outro menininho, tão iluminado, tão apaixonadamente justo e fiel, tão inocente.
Os elos que se sucedem, se interligam e culminam na culpa, no medo, na covardia... e na redenção - mas a que custo!
Como a humanidade é triste!
E como eu gostaria de ter o dom de escrever algo que fizesse as pessoas sentirem o que este autor me fez sentir quando eu terminei de ler seu livro. Isto é certamente um dom.Podem questionar a erudição, mas as emoções... as vezes elas bastam por si só!
Volto a dizer... É meio difícil hoje em dia manter-se imparcial, mas a melhor coisa do mundo é ver um filme ou ler um livro de mente aberta, sem saber o que esperar e principalmente sem cercar-se muito das críticas influenciadoras, por exemplo, eu não sabia direito do que se tratava a história deste livro quando comecei a ler, agora fui pesquisar uma sinopse para postar aqui e me deparei com um monte de crítica de gente que leu e não gostou e tal... imagino então se eu tivesse pesquisado antes, se eu já não teria começado a ler influenciada e então não teria desgostado... vai saber, acho que no final eu estou é ficando velha e bundona mesmo, com um gosto muito brando.
Agora quero ver o filme.
Para quem não conhece, segundo a Wikipedia:
“The Kite Runner” (em português, “O Caçador de Pipas”) é um romance do escritor Khaled Hosseini. Publicado em 2003, é o primeiro romance de Hosseini, e foi adaptado a um filme de mesmo título em 2007.
O caçador de pipas conta a história de Amir, um garoto rico de Cabul, no Afeganistão, que é atormentado pela culpa de ter traído seu criado e melhor amigo, Hassan, filho de Ali, também empregado do seu pai. A história tem como cenário uma série de acontecimentos políticos tumultuosos, que começa com a queda da monarquia do Afeganistão decorrente da invasão soviética, a massa de emigrantes refugiados para o Paquistão e para os EUA e a implantação do regime Militar pelo Talibã
Agora eu quero ler "a menina que roubava livros"
parece que o livro é narrado pela Morte, será que entendi bem?
Terminei em 30/12/2012 um livro que tinha começado e parado nas primeiras páginas. O caçador de pipas. Li em ebook e praticamente de uma tacada só, terminei de ler no sábado passado, as três da madrugada, achei muito emocionante. Chorei bastante no final. Fui dormir com o coração esmigalhado, pensando e repensando na humanidade, na (ir)responsabilidade de ter colocado um filho no mundo, num mundo tão cruel onde as pessoas são tão fracas, tão mesquinhas, tão más de forma tão desnecessária, tão gratuita.
Que coisa triste é a guerra, e que guerra é viver!
Eu gostei muito da estória. Me identifiquei demais com a fraqueza, as dúvidas, as mágoas, o ressentimento e a covardia de Amir diante da pedra no sapato que é ter uma pessoa tão perfeita, tão iluminada, tão certinha como Hassan era, em sua vida, em sua casa, em seu coração, alguém a quem a gente sabe que TEM de amar e até ama, mas que no fundo, no fundo, desperta às vezes aquele impulso de provocar e testar para ver até que ponto a perfeição aguenta antes de ceder e ruir, e então aflora o tal do "instinto pelvelso".
E o pai do Amir, tão culpado, tão responsável pelo que o filho se tornou, pela covardia, com seu jeito canhestro de lidar com a paternidade, com as mentiras, no entanto, um tanto justificado por ter criado ele sozinho após a morte da esposa. Tantos defeitos, tantas justificativas, impossível não compreender, não perdoar, a cada um deles...
Um menininho tentando conquistar o pai. A vida inteira. E no final, descobre as mentiras os pés de barro do herói dourado.
Um outro menininho, tão iluminado, tão apaixonadamente justo e fiel, tão inocente.
Os elos que se sucedem, se interligam e culminam na culpa, no medo, na covardia... e na redenção - mas a que custo!
Como a humanidade é triste!
E como eu gostaria de ter o dom de escrever algo que fizesse as pessoas sentirem o que este autor me fez sentir quando eu terminei de ler seu livro. Isto é certamente um dom.Podem questionar a erudição, mas as emoções... as vezes elas bastam por si só!
Volto a dizer... É meio difícil hoje em dia manter-se imparcial, mas a melhor coisa do mundo é ver um filme ou ler um livro de mente aberta, sem saber o que esperar e principalmente sem cercar-se muito das críticas influenciadoras, por exemplo, eu não sabia direito do que se tratava a história deste livro quando comecei a ler, agora fui pesquisar uma sinopse para postar aqui e me deparei com um monte de crítica de gente que leu e não gostou e tal... imagino então se eu tivesse pesquisado antes, se eu já não teria começado a ler influenciada e então não teria desgostado... vai saber, acho que no final eu estou é ficando velha e bundona mesmo, com um gosto muito brando.
Agora quero ver o filme.
Para quem não conhece, segundo a Wikipedia:
“The Kite Runner” (em português, “O Caçador de Pipas”) é um romance do escritor Khaled Hosseini. Publicado em 2003, é o primeiro romance de Hosseini, e foi adaptado a um filme de mesmo título em 2007.
O caçador de pipas conta a história de Amir, um garoto rico de Cabul, no Afeganistão, que é atormentado pela culpa de ter traído seu criado e melhor amigo, Hassan, filho de Ali, também empregado do seu pai. A história tem como cenário uma série de acontecimentos políticos tumultuosos, que começa com a queda da monarquia do Afeganistão decorrente da invasão soviética, a massa de emigrantes refugiados para o Paquistão e para os EUA e a implantação do regime Militar pelo Talibã
Agora eu quero ler "a menina que roubava livros"
parece que o livro é narrado pela Morte, será que entendi bem?
A menina que roubava livros, Markus Zusak
Esta semana (03/02/2010), aproveitando uns dias de pouco movimento lá no serviço, consegui ler A menina que roubava livros do australiano Markus Zusak. Li em ebook, levei apenas algumas horas por três dias. Gostei muito. O livro é narrado pela Morte (o que já é - por si só - tentador o suficiente para convencer a gente a pelo menos ver do que se trata).
É uma estória muito triste, e assim como O Caçador de Pipas, me deixou com o coração apertadinho: primeiro porque a personagem principal é uma garotinha de 10 anos (impossível não se emocionar tendo uma filha! a gente sempre acaba transportando aquilo que lê para a nossa vivência, por algum mecanismo misterioso do cérebro) e segundo, a menina é uma alemã em plena segunda guerra mundial, que por si só já é um assunto pra lá de espinhoso.
A estória é narrada pela Morte, que cruzou o caminho de Liesel Meminger por 3 vezes, e interessou-se pela vida da garota, como distração de seu trabalho constante (conforme ela mesmo afirma, a Morte não pode tirar férias - afinal, quem lhe faria o serviço? - suas férias então são os períodos de distração em que interessa-se pela história de um ou outro humano, que lhe tira momentaneamente o foco de seu trabalho inglório).
Liesel é a roubadora de livros do título. Uma garota de 10 anos que vê o irmãozinho morrer quando ambos estavam a caminho do lar adotivo, entregues por uma mãe tão indiferente quanto incapaz de criá-los. Liesel então é entregue ao casal Rosa e Hans Hubermann cheia de medos e incertezas, num período pré-guerra que certamente vinha anunciando maus ventos. A aparente rudeza de Rosa esconde o coração grande de alguém que "é boa nos momentos de crise", Hans é pintor, vive desempregado (e ouve um bocado de sua esposa, por conta disto) e toca acordeão. Desde o início ele toma para si a tarefa de criar, educar e amar a garota, enquanto Rosa tenta fazer o sustento da família com os parcos recursos vindo de seu trabalho como lavadeira entre muitos xingamentos e pouca comida. Muito pacientemente, Hans ensina Liesel a ler, embora ele mesmo saiba muito pouco (a paciência e o amor dele como pai dela é comovente demais, o amor e confiança cegos dela nele é de partir o coração de qualquer mãe). Após dominar a leitura e descobrir a força e o poder das palavras, a menina entende e nos faz entender um pouco mais através de sua visão o que era a guerra que estava batendo às suas portas.
Muitas personagens vão aparecendo e desaparecendo ao longo da trama, que no final das 353 páginas só cobrem 4 anos da vida da menina, personagens lindas, fortes, sensíveis. através de paisagens frias, sangrentas, dolorosas. No final, todos morrem - como não poderia deixar de ser - mas as vidas que deixaram para trás ainda ficam brilhando um tempão no coração de quem termina de ler as páginas.
Só fica a ressalva: ODEIO finais ambíguos e até agora estou encafifada porque o autor não deixou claro com quem foi que Liesel se casou e teve 3 filhos... eu torço, torço, torço para que tenha sido Max, mas... nunca vou saber e isto é injusto! rs
Rumores correm de que farão um filme em breve... vamos ver.
PEQUENO AVISO SOBRE RUDY STEINER
Ele nao merecia morrer como morreu.
Em suas visões, você vê as bordas empapadas do papel, ainda grudadas em seus dedos.
Vê uma franja loura tremendo. E conclui antecipadamente, como faria eu, que Rudy morreu nesse mesmo dia, de hipotermia. Pois não morreu.
Esse tipo de recordação só me faz lembrar que ele não merecia o destino que teve, pouco menos de dois anos depois.
Em muitos sentidos, levar um menino como Rudy foi um roubo — tanta vida, tanta coisa por que viver —, mas, de algum modo, tenho certeza de que ele teria adorado ver os escombros assustadores e a inclinação do céu na noite em que se foi. Teria gritado, rodopiado e sorrido, se ao menos pudesse ver a roubadora de livros apoiada nas mãos e nos joelhos, junto a seu corpo dizimado.
Teria ficado contente em vê-la beijar seus lábios poeirentos, atingidos pela bomba.
E, eu sei.
Na escuridão de meu coração tenebroso, eu sei. Ele teria adorado, com certeza.
Viu?
Até a morte tem coração.
O apanhador no campo de centeio - J.D. Salinger
Terminei em 17/03/2010, O apanhador no campo de centeio. Não gostei muito não. Falou-se tanto quando da morte do autor em (Janeiro de 2010) que eu esperava um pouco mais.
Tem umas passagens, frases e considerações verdadeiramente boas, mas eu achei o personagem principal chato, reclamão e fraco.
Mais um livro para o rol dos que eu devia ter lido aos 15 anos.
De qualquer forma, reconheço o valor histórico.
****************************************
Sinopse:
Tem umas passagens, frases e considerações verdadeiramente boas, mas eu achei o personagem principal chato, reclamão e fraco.
Mais um livro para o rol dos que eu devia ter lido aos 15 anos.
De qualquer forma, reconheço o valor histórico.
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Sinopse:
O livro narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova Iorque. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno, depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso da escola.
No regresso a casa, decide fazer um périplo, adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si, como um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha, e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça.
O Colecionador - John Fowles
“O Colecionador” é o primeiro livro de John Fowles, escrito em 1963. O
romance narra a história de Frederick Clegg, um funcionário público que
coleciona borboletas e, subitamente, se torna dono de uma fortuna. Ele
então passa a ter uma ambição: seqüestrar a bela Miranda, seu amor
platônico. A trama se desenvolve com a disformidade da personalidade de
Clegg, que tem a seu favor apenas a superioridade de força, contra a
vitalidade e inteligência de Miranda que, contando com sua superioridade
de caráter, confunde e ofusca o medíocre seqüestrador.
************
Terminado em 03/04/2010
O livro conta a estória do amor platônico levado às últimas consequências.
Nele, Frederick Clegg, um apagado e retraído funcionário público, cujo hobby é colecionar borboletas, apaixona-se a distância pela esfuziante Miranda, rica e esnobe, que nunca lhe dirigira um único olhar.
Após ganhar uma fortuna na loteria, Frederick coloca em prática um plano ousado: sequestrar Miranda e mantê-la em cativeiro até que a convença retribuir o seu amor.
Escrito por John Fowles em 1963, o livro utiliza o conflito vivido pelas duas personagens como metáfora à eterna diferença das classes sociais.
A primeira parte tem Frederick como narrador, evidenciando sua personalidade disforme, já a segunda, nos vemos dentro da mente de Miranda, com a vitalidade e força de sua inteligência ofuscando e confundindo o medíocre sequestrador até um sufocante desfecho, surpreendente por sua simplicidade.
Há pouco tempo, vi que um par de serial killers, citado no livro Serial Killer: Louco ou Cruel, da Ilana Casoy (Leonard Lake e Charles Ng), tiveram este livro como inspiração: nomearam como "Projeto Miranda", seus atos macabros: sequestavam mulheres, mantinham-nas em cativeiro por algum tempo, até matá-las e dar fim nos corpos.
************
Terminado em 03/04/2010
O livro conta a estória do amor platônico levado às últimas consequências.
Nele, Frederick Clegg, um apagado e retraído funcionário público, cujo hobby é colecionar borboletas, apaixona-se a distância pela esfuziante Miranda, rica e esnobe, que nunca lhe dirigira um único olhar.
Após ganhar uma fortuna na loteria, Frederick coloca em prática um plano ousado: sequestrar Miranda e mantê-la em cativeiro até que a convença retribuir o seu amor.
Escrito por John Fowles em 1963, o livro utiliza o conflito vivido pelas duas personagens como metáfora à eterna diferença das classes sociais.
A primeira parte tem Frederick como narrador, evidenciando sua personalidade disforme, já a segunda, nos vemos dentro da mente de Miranda, com a vitalidade e força de sua inteligência ofuscando e confundindo o medíocre sequestrador até um sufocante desfecho, surpreendente por sua simplicidade.
Há pouco tempo, vi que um par de serial killers, citado no livro Serial Killer: Louco ou Cruel, da Ilana Casoy (Leonard Lake e Charles Ng), tiveram este livro como inspiração: nomearam como "Projeto Miranda", seus atos macabros: sequestavam mulheres, mantinham-nas em cativeiro por algum tempo, até matá-las e dar fim nos corpos.
Persuasão - Jane Austen
Nem falei a respeito, mas no mês passado lemos "Persuasão" de Jane Austen no clube do livro. Li às pressas (pra variar), mas consegui cumprir o prazo. Nunca tinha lido nada da Austen e achei diferente, achei que era mais pesada e mais classuda, mas ela soou 'Barbara Cartland' demais pra eu reverenciar - rs
*****************************
Sinopse chupinhada daqui porque hoje estou com preguiça e com a cabeça tomada por pensamentos sombrios
Contudo, a personagem Anne Elliot sofre uma evolução nos dois momentos chave da obra. Enquanto jovem requestada por um simples Capitão da Marinha Britânica sem posição social nem fortuna, ela cede ao peso do parecer familiar: Wentworth não era um partido ao nível da fidalguia que o nome Elliot comportava. Apesar do amor que por ele sentia, Anne cede às exigências familiares, deixa-se persuadir por uma ilusão imposta e termina um noivado que nunca chegara a efectivar-se. Oito anos passados desde a decisão que a mortificara, Anne reencontra o Capitão Wentworth devido ao facto de Sir Walter Elliot se ver obrigado a alugar Kellynch-Hall, a casa no Somersetshire desde sempre habitada pela família, ao Almirante Croft e esposa (irmã do Capitão Wentworth), graças a problemas financeiros. E Anne, ao revê-lo e apesar do desinteresse aparente por ele manifestado, persuade-se de que nunca deixara de o amar. E é esta cedência íntima da heroína à inevitabilidade do seu amor por Wentworth que acompanhamos ao longo da quase totalidade do livro.
Wentworth mostra-se interessado em assentar, agora que conseguira posição e fortuna consideráveis após várias comissões no estrangeiro, no entanto, o orgulho ferido pela rejeição de que fora vítima, a certeza de que a Anne faltava o carácter necessário para impor uma vontade férrea, levam-no a procurar noiva noutra casa de família onde o seu nome não estivesse manchado pela lembrança de um tão ignominioso repúdio. Assim, Wentworth deixa-se também ele persuadir mas pela convicção de que a sua presença junto de uma certa jovem, era entendida como genuíno interesse e cede à possibilidade de ter de, por uma questão de honra, pedir a mão em casamento a Louisa Musgrove.
Preparado que estava para assumir as suas responsabilidades, um incidente com Louisa obriga-a a convalescer na companhia de um amigo de Wentworth e com a ausência deste, um inesperado noivado é dado a conhecer entre ambos. Wentworth estava liberto da suposta obrigação em que se vira enredado.
E desta forma, o antigo sentimento que o unira a Anne aflora-lhe novamente ao coração e deixa-se abandonar, persuadido que finalmente estava de que nunca deixara de a amar, ao fito único de a “acompanhar” onde quer que ela se encontrasse.
Um feliz desencadear de acontecimentos, provocados por acasos duvidosos (parecendo mais “manipulados” por um braço mecânico que consolida as peças da história por forma a que Anne e Wentworth se encontrassem frente a frente desnudados de preconceitos) provocam a compreensão de ambos os envolvidos nesta história de amor, a compreensão de que é inútil fugir ao sentimento que os avassala e de que os outros são apenas isso: Outros. O tempo é dos que se amam e o amor vence sempre.
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Terminado em 25/04/2010
Fala se não é muito açucaradinho.
Ah! O comentário de ouro no clube do livro foi: "mas que vidão hein? o povo não precisa trabalhar, só cavalga pra cá, flerta pra lá, corteja acolá, assim é fácil se manter nobre e puro de espírito, quero ver ser decente enfrentando a labuta diária.... e alguém concordou dizendo: parece novela do Manoel Carlos"
Impagável!
Valeu para conhecer.
Agora estou lendo Dostoiévski.
Érico Veríssimo - Olhai os Lírios do Campo
Olhai os lírios do campo é um dos romances mais famosos de Érico Veríssimo. Um verdadeiro best-seller que resultou até em novela na Argentina. A narrativa da primeira parte é feita em flashback. Eugênio vai lembrando de momentos da sua vida enquanto se dirige ao hospital onde está Olívia.
Eugênio era um menino tímido e medroso. Teve uma infância pobre, era ridicularizado na escola e tinha como objetivo máximo a ascensão social, faria de tudo para um dia vencer na vida. Achava que o que tinha era feio e sem graça, das roupas até o seu próprio corpo. Não se entrosava com os demais colegas de classe e por isso devotava todo o seu tempo aos estudos. Sonhava em deixar de ser simplesmente o Genoca para ser o Dr. Eugênio Fontes. Tinha pena do pai, o alfaiate Ângelo, com quem não conseguia se comunicar facilmente. O seu irmão, Ernesto, não esmerava-se na educação e acabou perdido na vida. Com muito esforço, Eugênio consegue cursar Medicina. Na Faculdade conhece Olívia - única mulher da turma. Na festa de formatura os dois se aproximam e fazem sonhos e confissões juntos, sobre o futuro. Tornam-se grandes amigos.
Durante a revolução de 30, após uma operação mal sucedida no hospital militar, Olívia convida Eugênio a sua casa e passam uma noite de amor. Dias depois, Olívia recebe uma proposta para trabalhar em Nova Itália, e novamente se entrega aos braços de Eugênio.
Durante um atendimento médico, Eugênio conhece Eunice Cintra - filha de um riquíssimo proprietário. Eugênio casa-se com Eunice com objetivo único de ascender socialmente. O sogro trata de arranjar um emprego de fachada ("assinar documentos") numa de suas fábricas. Eugênio começa a freqüentar a alta sociedade, mas não se sente parte dela. O seu complexo de inferioridade aumenta ao ver os contrastes desse outro mundo, de emoções contidas, de meias-palavras. Conhece pessoas como Filipe Lobo, construtor obstinado a construir o "Megatério", um arranha-céu, mas não se importava com a família. Infeliz e perturbado, Eugênio reencontra Olívia que lhe apresenta a sua filha, fruto do último encontro dos dois, Anamaria. Ao chegar no Hospital onde estava Olívia, recebe a notícias de sua morte.
A segunda parte passa-se após a morte de Olívia e é intercalada com a leitura das cartas que ela escreveu para Eugênio sem nunca ter enviado. Eugênio toma coragem e separa-se de Eunice - apesar de todos os incovenientes sociais. Vai além, passa a ser um médico popular, com idéias de socializar a medicina. Trabalha com o Dr Seixas, um velho médico que sempre atendeu aos pobres. A memória de Olívia, nas cartas, nas fotos ou no olhar de Anamaria, o fortalece quando pensa nas dificuldades.
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Terminado em 29/05/2010
Meio atrasadamente, como vem sendo de meu feitio, terminei de ler o livro do mês do clube do livro em cima da hora. Era "Olhai os lírios do Campo" de Érico Veríssimo, de quem nunca tinha lido nada anteriormente e de quem não tinha boa impressão - maldita reserva que tenho com os escritores brasileiros. Este foi também uma grata surpresa, a leitura flui fácil e o personagem principal, é retratado com tanta profudidade que é impossível não mergulhar em seus pensamentos e sentimentos - cuja narração e descrição tomam boa parte das páginas do livro.
Meu comentário no clube:
"Quanto ao livro do mês - passado. AINDA estou lendo (nem vi o comentário de vocês para evitar os spoilers), não avancei muito - segundo a previsão do próprio, ainda faltam uns 10 minutos para o Genoca chegar ao hospital onde Olívia jaz moribunda (esperançosamente).
O que dizer? Gente, EU SOU O GENOCA.
Nada lisonjeiro, eu estou odiando o cara, mas me reconheci MUITO nas fraquezas, incertezas, ódios, covardia... não tanto hoje, mas a Tati de outrora, nossa, eu era muito Genoca... a ponto de muitas vezes, do nada, sentir meus olhos cheios de água por 'sentir DÓ do mundo' (quem era eu pra sentir dó de alguém, senão alguém muito presunçoso?). Eu sempre senti também que o mundo me devia algo. Eu também nunca encontrei deus. Aquela coisa de usar as pessoas para tentar se autoafirmar, automelhorar, e sempre frustrado porque não conseguia, era muito eu. No entanto, eu nunca cedi à ambição deslavada. (ponto pra mim?)
De cara, detestei a idéia de ele ser adúltero e tal, mas ao mergulhar realmente na narrativa dele, acompanhar os passos de toda a jornada, impossível continuar odiando, pelo menos para mim, não se reconhecer. Ainda condeno muitas das coisas que ele fez, acho que do 'alto' de meus 30 anos eu desenvolvi uma certa dose de conformidade com esta anomalia emocional, que culminou até com uma coragem em combater este impulso natural para a desistência, apatia e subconsideração de mim própria, o que tem me feito até que me sair bem vida afora. Mas foi uma surpresa conseguir me identificar.
Estou gostando mesmo da narrativa do Érico Veríssimo, novamente achei que era maçante, clássico, pesado e difícil, e AMEI aquela frase no começo "O Genoca tá com as carça rasgada no FIOFÓ" (ri moooito!), tem até que corrido leve e fácil.
Ainda não sei ao certo o que vai acontecer, não sei se vou continuar a me identificar daqui pro final, mas queria dividir com vocês esta minha impressão 'inicial', que foi bem forte.
Alguns dias depois, após terminar de ler....
Olá amiguinhas
Terminei de ler os dois que estavam engatilhados. Crime e Castigo no domingo e ontem, terminei o Olhai os lírios do campo.
Não sei se por ter lido os dois 'ao mesmo tempo' eu notei muitas semelhanças entre as duas estórias (embora obviamente com diferença na narrativa e ambientação). Ambas se tratam de narrativas quase que exclusivamente psicológicas (Dostoiévski vai tão ao fundo no psicológico de Raskolnikóv que chega a dar raiva - rs), ambas tratam do conflito entre racionalização e idealização levado ao extremo, ambas trazem autênticos anti-heróis (pelo menos de início) que erram feio e pagam esse erro página a página, sofrendo duras consquências. E o desenrolar de ambas mostram uma revitalização, uma reconstrução emocional muito comovente (neste caso, Veríssimo muito mais romântico e esperançoso do que Dostoievski).
Sobre o 'olhai os lírios do campo' achei muito comovente a reconstrução emocional do Genoca, aquela paz que ele alcançou diante da vida, dos problemas, de si mesmo no final da estória é meu sonho de consumo. Um dia chego lá =} (aliás, muito obrigada pelas msgs de apoio pela minha auto-análise da msg anterior... postei e fiquei temerosa de ter exagerado na auto-exposição, mas a acolhida de vocês me deixou muito mais tranquila, valeu mesmo!)
Amei a personagem rabugenta do Dr. Seixas, com sua sabedoria e pessimismo - a seu modo também atingindo paz, embora de forma oposta a Eugênio.
Amei o modo como a paternidade mudou a vida do Eugênio, Ana Maria como catalisadora das mudanças que Olívia tinha começado (Olívia me pareceu um pouco 'santa demais' pro meu gosto, um autêntico espírito mui iluminado que fica meio difícil de achar crível - talvez porque nem o Eugênio sabia muito da vida anterior dela, afinal, ela deve ter errado, se sentido fraca, talvez se isto tivesse sido mais explorado, ela fosse mais 'humana' para mim) de qq forma, a Ana Maria na estória foi tudo de bom, depois que virei mãe fiquei muito bundona em relação a isso, não resisto à estórias que mostram esta cumplicidade entre pai e filha (em especial), coisa que não me comovia particularmente quando mais nova. Lembro que a coisa que mais amei no livro "A menina que roubava livros" foi isso, a relação entre o pai e ela, o modo como ele ensinou-a a ler a paciência dele tão diferente da mãe, então as passagens do Veríssimo que narrava a relação entre Ana Maria e Eugênio me comoveram até as lágrimas (no final, em pleno expediente de trabalho).
Amei demais o modo (um tanto utópico) como ele se manteve solitário, em paz, totalmente voltado à filha e não tendo saído correndo atrás de um novo amor, se me faço entender.
Nota 10, de coração.
Só ficou faltando ele reencontrar Ernesto, né?
Fiódor Dostoievski - Crime e Castigo
Sinopse
Publicado em 1866, Crime e Castigo é a obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petesburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César e Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para perservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.
Terminado em 30/05/2010
A narrativa é tão psicologicamente densa que beira o insuportável. Raskolnikov é confuso e é doentio mergulhar no psicologico de alguém que acabou de cometer um crime tão gratuita e atabalhoadamente. Logo de cara a teoria que ele tentava provar com o assassinato cai por terra, pois ao planejar, ele se considerava um grandioso homem (deve ser daí que vem a lenda de que os loucos no geral se dizem "Napoleão"), que se cometesse um assassínio nunca seria pego, que os assassinos são burros e entregam-se logo de cara. Ele não. Pois bem. Matou e após isso é cagada após cagada, numa espiral paranóica e amedrontada, onde cada poro seu suspira 'sou culpado!" onde mesmo ninguém desconfiando, a sua própria consciência se torna sua carrasca executora. A gente lê o livro pensando "Se entrega logo, poha" por outras vezes, torcemos para ele retomar os sentidos e virar homem de vez - rsrsrs
No geral, uns poucos raios de luz de nobreza de espírito e força de caráter brilha por entre esgotos e ruas escuras de uma Rússia miserável.
Apesar do conflituoso personagem central, Raskolnikov, os personagens mais marcantes para mim no livro foram Marméladov e Ekaterina, com sua familia alquebrantada... quanta miséria! Miséria real, não filosofada, sabe? Por que Raskolnikov pra mim, entrou nessa que entrou por puro ócio filosofal.
No entanto... gostei do livro, o final o redime bastante e ele é muito profundo, de se ler de respiração suspensa.
Tenso!
Publicado em 1866, Crime e Castigo é a obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petesburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César e Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para perservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.
Terminado em 30/05/2010
A narrativa é tão psicologicamente densa que beira o insuportável. Raskolnikov é confuso e é doentio mergulhar no psicologico de alguém que acabou de cometer um crime tão gratuita e atabalhoadamente. Logo de cara a teoria que ele tentava provar com o assassinato cai por terra, pois ao planejar, ele se considerava um grandioso homem (deve ser daí que vem a lenda de que os loucos no geral se dizem "Napoleão"), que se cometesse um assassínio nunca seria pego, que os assassinos são burros e entregam-se logo de cara. Ele não. Pois bem. Matou e após isso é cagada após cagada, numa espiral paranóica e amedrontada, onde cada poro seu suspira 'sou culpado!" onde mesmo ninguém desconfiando, a sua própria consciência se torna sua carrasca executora. A gente lê o livro pensando "Se entrega logo, poha" por outras vezes, torcemos para ele retomar os sentidos e virar homem de vez - rsrsrs
No geral, uns poucos raios de luz de nobreza de espírito e força de caráter brilha por entre esgotos e ruas escuras de uma Rússia miserável.
Apesar do conflituoso personagem central, Raskolnikov, os personagens mais marcantes para mim no livro foram Marméladov e Ekaterina, com sua familia alquebrantada... quanta miséria! Miséria real, não filosofada, sabe? Por que Raskolnikov pra mim, entrou nessa que entrou por puro ócio filosofal.
No entanto... gostei do livro, o final o redime bastante e ele é muito profundo, de se ler de respiração suspensa.
Tenso!
Anita Diamant - A Tenda Vermelha
Sinopse
Na Bíblia, as mulheres ocupam um lugar à sombra, por isso ficamos privados de sua sensibilidade na descrição dos acontecimentos. Numa narrativa envolvente, Anita Diamant resgata esse olhar feminino e dá vida às personagens bíblicas, recriando o ambiente em que viveram, seu cotidiano, suas provações e suas paixões.
Filha de Jacó e Lia, Dinah - cuja trajetória é apenas sugerida no Livro do Gênese - é a figura central desta trama, que começa com a história das quatro esposas de Jacó, a quem ela chama de "mães": Lia, Raquel, Zilpah e Bilah. O amor delas e o legado que lhe transmitem servem de apoio durante a fase de trabalho duro da juventude, no ofício de parteira e na vida nova em uma terra estrangeira.
À medida que cresce, Dinah observa tudo o que se passa no deserto: as conquistas, a rivalidade entre os irmãos, a sensualidade intuída, a aspereza do relacionamento entre os homens, a complexidade dos sentimentos das mulheres, a construção de um povo descrita a partir da saga de um núcleo familiar. De espectadora, ela passa a protagonista, e são seus amores, medos, descobertas e perdas que vão sendo narrados no cenário mais amplo de um mundo bíblico de caravanas, pastores, agricultores, príncipes, escravos e artesãos.
*********************
Terminado em 12/06/2010
A primeira vez que ouvi falar deste livro foi na BestBaby, nem me lembro quem foi que comentou, mas disse que era um dos livros mais bonitos dos últimos tempos - parecia que era alguém que lia bastante - descreveu o livro como muito sensível e uma homenagem à feminilidade. Me despertou a curiosidade, baixei o ebook e fiquei um tempo travada na leitura, uns meses.... consegui terminar de ler só quando ganhei meu reader, que facilitou o acesso à leitura ocasional...
É mais do que uma história bíblica, é uma ode à feminilidade. Me fez refletir muito sobre a importância da mulher ao longo da história da humanidade. Não da visão feminista de 'a mulher é mais importante que o homem', mas a visão da importância complementar, onde as diferenças devem ser preservadas, cultivadas e vivenciadas, em todo o seu esplendor. Ao ler a história da Dinah, eu quis ser parteira. Quis entender de ervas. Concordo com a primeira crítica que ouvi. É um dos melhores livros que eu li nos últimos tempos.
Na Bíblia, as mulheres ocupam um lugar à sombra, por isso ficamos privados de sua sensibilidade na descrição dos acontecimentos. Numa narrativa envolvente, Anita Diamant resgata esse olhar feminino e dá vida às personagens bíblicas, recriando o ambiente em que viveram, seu cotidiano, suas provações e suas paixões.
Filha de Jacó e Lia, Dinah - cuja trajetória é apenas sugerida no Livro do Gênese - é a figura central desta trama, que começa com a história das quatro esposas de Jacó, a quem ela chama de "mães": Lia, Raquel, Zilpah e Bilah. O amor delas e o legado que lhe transmitem servem de apoio durante a fase de trabalho duro da juventude, no ofício de parteira e na vida nova em uma terra estrangeira.
À medida que cresce, Dinah observa tudo o que se passa no deserto: as conquistas, a rivalidade entre os irmãos, a sensualidade intuída, a aspereza do relacionamento entre os homens, a complexidade dos sentimentos das mulheres, a construção de um povo descrita a partir da saga de um núcleo familiar. De espectadora, ela passa a protagonista, e são seus amores, medos, descobertas e perdas que vão sendo narrados no cenário mais amplo de um mundo bíblico de caravanas, pastores, agricultores, príncipes, escravos e artesãos.
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Terminado em 12/06/2010
A primeira vez que ouvi falar deste livro foi na BestBaby, nem me lembro quem foi que comentou, mas disse que era um dos livros mais bonitos dos últimos tempos - parecia que era alguém que lia bastante - descreveu o livro como muito sensível e uma homenagem à feminilidade. Me despertou a curiosidade, baixei o ebook e fiquei um tempo travada na leitura, uns meses.... consegui terminar de ler só quando ganhei meu reader, que facilitou o acesso à leitura ocasional...
É mais do que uma história bíblica, é uma ode à feminilidade. Me fez refletir muito sobre a importância da mulher ao longo da história da humanidade. Não da visão feminista de 'a mulher é mais importante que o homem', mas a visão da importância complementar, onde as diferenças devem ser preservadas, cultivadas e vivenciadas, em todo o seu esplendor. Ao ler a história da Dinah, eu quis ser parteira. Quis entender de ervas. Concordo com a primeira crítica que ouvi. É um dos melhores livros que eu li nos últimos tempos.
José Saramago - Caim
Sinopse
Neste novo romance, o vencedor do prêmio Nobel José Saramago reconta episódios bíblicos do Velho Testamento sob o ponto de vista de Caim, que, depois de assassinar seu irmão, trava um incomum acordo com deus e parte numa jornada que o levará do jardim do Éden aos mais recônditos confins da criação.
Se, em O Evangelho segundo Jesus Cristo, José Saramago nos deu sua visão do Novo Testamento, neste Caim ele se volta aos primeiros livros da Bíblia, do Éden ao dilúvio, imprimindo ao Antigo Testamento a música e o humor refinado que marcam sua obra. Num itinerário heterodoxo, Saramago percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha, conforme o leitor acompanha uma guerra secular, e de certo modo involuntária, entre criador e criatura. No trajeto, o leitor revisitará episódios bíblicos conhecidos, mas sob uma perspectiva inteiramente diferente.
Para atravessar esse caminho árido, um deus às turras com a própria administração colocará Caim, assassino do irmão Abel e primogênito de Adão e Eva, num altivo jegue, e caberá à dupla encontrar o rumo entre as armadilhas do tempo que insistem em atraí-los. A Caim, que leva a marca do senhor na testa e portanto está protegido das iniquidades do homem, resta aceitar o destino amargo e compactuar com o criador, a quem não reserva o melhor dos julgamentos. Tal como o diabo de O Evangelho, o deus que o leitor encontra aqui não é o habitual dos sermões: ao reinventar o Antigo Testamento, Saramago recria também seus principais protagonistas, dando a eles uma roupagem ao mesmo tempo complexa e irônica, cujo tom de farsa da narrativa só faz por acentuar.
*************************
Terminado em 16/06/2010
Estava pesquisando sobre Saramago e ao me deparar com a sinopse no Submarino.com, me interessei, nunca tinha lido nada dele... mas ao longo da leitura, me decepcionei. Uma caracteristica marcante - que vim a saber mais tarde - do autor é a ausência de pontuação em suas narrativas. Um martírio saber quem está falando o que e quando, já que não tem ponto final, travessão, dois pontos, nada... tudo seguido, demora pra pegar o ritmo. Em segundo, eu confesso que o mote da estória não foi novidade pra mim, leitora antiga do blog do Marco Aurelio (jesus me chicoteia), que já vem sacaneando a bíblia e o deus bíblico há anos - de forma satírica e muito engraçada, então a surpresa do Saramago, não foi surpresa pra mim, daí eu não gostei muito... dei 2 estrelas porque ao terminar o livro fiquei com a pior das impressões do autor... tirando a questão a acentuação - que eu achei imperdoável, achei o humor meio forçado, mais forçado que o do Marco Aurélio - rsrsrs (embora eu tenha certeza que sou a única a fazer esta associação)
Logo que terminei de ler o livro, o autor morreu. Daí as meninas do Cantinho da Leitura elegeram um outro livro dele pra lermos como livro do mês, mas aí eu conto no próximo post.
Neste novo romance, o vencedor do prêmio Nobel José Saramago reconta episódios bíblicos do Velho Testamento sob o ponto de vista de Caim, que, depois de assassinar seu irmão, trava um incomum acordo com deus e parte numa jornada que o levará do jardim do Éden aos mais recônditos confins da criação.
Se, em O Evangelho segundo Jesus Cristo, José Saramago nos deu sua visão do Novo Testamento, neste Caim ele se volta aos primeiros livros da Bíblia, do Éden ao dilúvio, imprimindo ao Antigo Testamento a música e o humor refinado que marcam sua obra. Num itinerário heterodoxo, Saramago percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha, conforme o leitor acompanha uma guerra secular, e de certo modo involuntária, entre criador e criatura. No trajeto, o leitor revisitará episódios bíblicos conhecidos, mas sob uma perspectiva inteiramente diferente.
Para atravessar esse caminho árido, um deus às turras com a própria administração colocará Caim, assassino do irmão Abel e primogênito de Adão e Eva, num altivo jegue, e caberá à dupla encontrar o rumo entre as armadilhas do tempo que insistem em atraí-los. A Caim, que leva a marca do senhor na testa e portanto está protegido das iniquidades do homem, resta aceitar o destino amargo e compactuar com o criador, a quem não reserva o melhor dos julgamentos. Tal como o diabo de O Evangelho, o deus que o leitor encontra aqui não é o habitual dos sermões: ao reinventar o Antigo Testamento, Saramago recria também seus principais protagonistas, dando a eles uma roupagem ao mesmo tempo complexa e irônica, cujo tom de farsa da narrativa só faz por acentuar.
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Terminado em 16/06/2010
Estava pesquisando sobre Saramago e ao me deparar com a sinopse no Submarino.com, me interessei, nunca tinha lido nada dele... mas ao longo da leitura, me decepcionei. Uma caracteristica marcante - que vim a saber mais tarde - do autor é a ausência de pontuação em suas narrativas. Um martírio saber quem está falando o que e quando, já que não tem ponto final, travessão, dois pontos, nada... tudo seguido, demora pra pegar o ritmo. Em segundo, eu confesso que o mote da estória não foi novidade pra mim, leitora antiga do blog do Marco Aurelio (jesus me chicoteia), que já vem sacaneando a bíblia e o deus bíblico há anos - de forma satírica e muito engraçada, então a surpresa do Saramago, não foi surpresa pra mim, daí eu não gostei muito... dei 2 estrelas porque ao terminar o livro fiquei com a pior das impressões do autor... tirando a questão a acentuação - que eu achei imperdoável, achei o humor meio forçado, mais forçado que o do Marco Aurélio - rsrsrs (embora eu tenha certeza que sou a única a fazer esta associação)
Logo que terminei de ler o livro, o autor morreu. Daí as meninas do Cantinho da Leitura elegeram um outro livro dele pra lermos como livro do mês, mas aí eu conto no próximo post.
José Saramago - As intermitências da Morte
Sinopse
"Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto", escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. Só mesmo um grande romancista para desnudar ainda mais a terrível figura. Apesar da fatalidade, a morte também tem seus caprichos. Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema. Idosos e doentes agonizam em seus leitos sem poder "passar desta para melhor". Os empresários do serviço funerário se vêem "brutalmente desprovidos da sua matéria-prima". Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não pára de aumentar. O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque "sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja". Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna? Ao fim e ao cabo, a própria morte é o personagem principal desta "ainda que certa, inverídica história sobre as intermitências da morte". É o que basta para o autor, misturando o bom humor e a amargura, tratar da vida e da condição humana.
Terminado em 24/07/2010
Deste livro eu gostei. Embora a característica falta de acentuação do autor, não sei se pelo fato de ter conseguido uma leitura mais seguida, menos interrompida, eu peguei o ritmo muito mais fácil, e achei mesmo a história envolvente. Dei 4 estrelas no skoob, só não levou 5 por conta do final ambíguo - rsrsrs
"Não há nada no mundo mais nu que um esqueleto", escreve José Saramago diante da representação tradicional da morte. Só mesmo um grande romancista para desnudar ainda mais a terrível figura. Apesar da fatalidade, a morte também tem seus caprichos. Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer. E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema. Idosos e doentes agonizam em seus leitos sem poder "passar desta para melhor". Os empresários do serviço funerário se vêem "brutalmente desprovidos da sua matéria-prima". Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não pára de aumentar. O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque "sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja". Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna? Ao fim e ao cabo, a própria morte é o personagem principal desta "ainda que certa, inverídica história sobre as intermitências da morte". É o que basta para o autor, misturando o bom humor e a amargura, tratar da vida e da condição humana.
Terminado em 24/07/2010
Deste livro eu gostei. Embora a característica falta de acentuação do autor, não sei se pelo fato de ter conseguido uma leitura mais seguida, menos interrompida, eu peguei o ritmo muito mais fácil, e achei mesmo a história envolvente. Dei 4 estrelas no skoob, só não levou 5 por conta do final ambíguo - rsrsrs
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