quinta-feira, 23 de setembro de 2010

As Crônicas Saxônicas - Bernard Cornwell

Aproveitando as férias e o entusiasmo que o autor me suscitou com as Crônicas de Artur, emendei As Crônicas Saxônicas. Hoje, 23/09 estou na página 200 do segundo livro... acabando as férias e se aproximando o concurso, não sei se vou empacar.


Crônicas Saxônicas (The Saxon Stories, no original) é a mais nova série do renomado escritor de As aventuras de Sharpe, As crônicas de Artur e A busca do Graal.
O personagem fictício Uhtred é um inglês do século IX, que quando pequeno, foi sequestrado e criado por vikings dinamarqueses. De volta a Inglaterra, acaba se unindo ao rei Alfredo. A série até então conta com cinco livros já publicados no Brasil: O último Reino (2006), O Cavaleiro da Morte (2007), Os Senhores do Norte (2007), A canção da Espada (2007/2008) e Terra em Chamas (2009). Bernard Cornwell ainda não sabe quantos volumes a série irá possuir, mas este não é o último.


O último reino
Leitura finalizada em 19/09/2010
O livro conta a história da invasão dinamarquesa à Ilha Britânica - hoje formada por Inglaterra, Escócia e País de Gales - sob a visão de Uhtred Uhtredson (ou Uhtred Ragnarson), filho de Uhtred, ealdorman (senhor) de Bebbanburg. Bebbanburg (atual Bamburgh) é uma fortaleza que fica ao norte da ilha, no reino da Nortúmbria (na atual região de Northumberland). Essa fortaleza era conhecida como inexpugnável, já que nunca houve um exército capaz de tomá-la. Uhtred, o filho, junto com seu pai avista os dinamarqueses chegando à ilha e montando seus acampamentos. Nesse momento vê então o seu irmão mais velho ser morto pelos invasores e isso é o estopim para o início de um série de batalhas narradas no livro. O pai de Uhtred acaba morrendo em uma dessas batalhas e ele próprio sendo capturado por Ragnar, matador de seu irmão, um jarl (senhor) dinarmarquês poderoso, que passa a criar Uhtred junto de seus filhos.

Uhtred então cresce como um dinamarquês, aprende sua língua e sua cultura, e se sente mais próximo dela do que de sua cultura natal, em Bebbanburg. Sobretudo, identifica-se com o paganismo dinamarquês, que lembra a antiga religião dos saxões, em contraste com o cristianismo que passara a dominar a sociedade saxônica e que sempre fora desprezado por Uhtred.

Nesse meio tempo em que Uhtred fica sob o poder dos dinamarqueses, Bebbanburg cai sob o jugo de seu tio, Aelfric, que chega a tramar sua morte para consolidar o domínio sobre aquelas terras. Mesmo apreciando a cultura e os costumes dinamarqueses, Uhtred nunca esquece de sua bela fortaleza e da traição de seu tio, desejando voltar para reconquistá-la.

Ao longo da juventude, o personagem vê-se dividido entre o amor pelos dinamarqueses, que rapidamente trucidam os reinos saxões, e o senso de dever para com seu próprio povo, cuja sobrevivência é posta à prova. Essa lealdade dividida torna-se ainda mais acentuada quando Uhtred envolve-se com Alfredo, rei de Wessex, a quem odeia mas a quem deve tudo o que tem na vida.



O Cavaleiro da Morte
Leitura finalizada em 25/09/2010
Neste segundo livro, Bernard Cornwell, narra aos olhos de Uhtred como os dinamarqueses, trazendo seus grandes navios, conseguiram dominar a ilha quase que em sua totalidade. Até o presente momento os dinamarqueses já haviam conquistado a Nortúmbria, a Mércia - parte central da ilha e a Ânglia Oriental. Mas ainda faltava o reino mais rico e poderoso entre todos na Ilha, Wessex. Wessex era o reino mais próspero na Ilha entre todos e era governado por Alfredo, O Grande - que viveu entre 849 e 899. Apesar de estar na história como o grande defensor da Inglaterra contra a fúria dos vikings, o autor prefere descrevê-lo como um rei-clérigo. Sempre rodeado por uma horda de padres e sempre inclausurado escrevendo. Pois bem, como Wessex era o mais rico, ele era o principal objetivo das invasões. Então de surpresa, os vikings atacam o reino e Alfredo e sua familia são obrigados a fugir para uma região pantanosa. E lá Uhtred acaba encontrando o rei Alfredo e de lá eles organizam uma força de defesa, chamada de fyrd. O Fyrd era uma força formada por senhores e homens do campo. Naquela época, na Ilha e assim como em quase toda a Europa, não existiam reino vastos e fortes o bastante para terem os seus próprios exércitos, então havia o fyrd, formado por homens do campo despreparados, sem armas adequadas para a luta e que eram obrigados a abandonar a suas famílias e irem para as guerras as quais eram convocados. O rei Alfredo, dentro do pantano, juntamente com Uhtred, convoca o fyrd esperando afugentar os vikings de suas terras.


Os Senhores do Norte
Leitura finalizada em 27/09/2010
O livro continua a contar a saga de Uhtred, mas agora com um foco diferente. O autor se volta para a parte norte da Ilha, levando Uhtred a revelar o caos que havia se instalado. Uhtred, vai em direção a Dunholm, uma fortaleza que tinha como senhor Kjartan, um homem que havia se auto-denominado um earldomen. Um Earl ou Earldomen, era um senhor, que tinha seus exércitos e era muito rico. Kjartan, era um subordinado de Ragnar, que havia perdido o prestigio de seu senhor - o que era desonroso nessa época - e por esse motivo ele armou uma emboscada e matou Ragnar e seus amigos e familia queimados dentro de uma cabana e sequestrou a irmã de Uhtred. Uhtred vai de encontro a Dunholm para matar Kjartan e resgatar a sua irmã.


A Canção da Espada
Leitura finalizada em 01/10/2010
Uhtred, agora jurado a Alfredo de Wessex e senhor de terras em Coccham, guerreiro mais importante do rei, ainda se vê em dúvida quanto ao seu destino: unir-se aos vikings ou manter-se fiel aos juramentos que fez até poder voltar à Nortúmbria, sua terra natal?

Ainda acreditando ser rei por direito, Æthelwold, sobrinho de Alfredo, convence Uhtred a visitar um suposto morto que, com o devido sacrifício, volta do Niflheim para contar a quem o chamou os desejos das Nornas. A encenação é, na verdade, uma artimanha de Haesten, senhor escravizado por frísios, libertado por Uhtred e agora earl nórdico. A mensagem era de que Uhtred seria rei de Mércia, reino então sem senhor, mas sob influência de Alfredo. Uhtred acompanha Haesten até Lundene, aonde conhece os irmãos Erik e Sigefrid Thurgilson, noruegueses que trouxeram um exército por mar para devastar Wessex.

As pretensões de Uhtred se esvaem quando ele vê que Erik e Sigefrid têm como prisioneiro um antigo amigo seu, o padre galês Pyrlig, que já fora soldado. Após convencer Sigefrid a lutar com o padre para definir seu destino, resultando na vitória de Pyrlig, Uhtred volta para casa prometendo retomar a conversa com os irmãos. No entanto, mantém seu juramento a Alfredo e recebe ordens de tomar Lundene das mãos dos nórdicos. A tática de Uhtred mostra-se eficaz e, furtivamente, ele penetra as defesas internas da cidade e mantém os invasores fora dos portões, levando-os ao encontro das forças de Æthelred, senhor da Mércia e seu desafeto, além de marido da filha de Alfredo, Æthelflaed. A cidade é tomada, mas Uhtred, pagão e conhecido amigo dos dinamarqueses, deixa Haesten, Erik e Sigefrid escaparem de volta a Beamfleot, na Ânglia Oriental, sob domínio do dinamarquês convertido cristão Guthrum (agora rei Æthelstan), que não faz nada para evitar a ameaça nórdica.

Os nórdicos vão ganhando força e reúnem muitos navios que aterrorizam o rio Temes. Æthelred é enviado para punir Guthrum, mas fracassa e sua mulher é sequestrada. A filha do rei gera perspectiva de um enorme resgate por parte de Wessex, o que reúne ainda mais homens sedentos por espólio em Beamfleot. Uhtred é enviado para negociar o preço, e aproveita para descobrir o tamanho do exército reunido e avaliar suas defesas. No acampamento inimigo ele descobre que Erik e Æthelflaed se apaixonaram, e pedem que ele os ajude a escapar dali, indo para a Nortúmbria, sob proteção do amigo de Uhtred, Ragnar, em Dunholm; Wessex ficaria segura e permaneceria rica, Alfredo continuaria rei, mas não veria a filha. Tudo isso é combinado sem conhecimento nem consentimento dos demais líderes. Uhtred seria responsável por permitir a fuga, liberando o canal da cidade para o navio dos amantes.

O que acontece, no entanto, é uma traição por parte de Haesten, que captura Æthelflaed e pretende fugir com ela e seu exército, no que é impedido pelos homens de Uhtred, Sigefrid e Erik, saxões e nórdicos, unidos pela mesma causa. Haesten é derrotado e Sigefrid exige que a filha do rei seja devolvida a ele, para que receba o resgate devido, mas Erik o impede, revelando a traição contra o irmão. Os dinamarqueses lutam entre si e Sigefrid mata o irmão, deixando Æthelflaed desolada. Uhtred promete deixar que os dinamarqueses que o ajudaram a resgatá-la vivam. A guerra ainda não foi vencida, mas Wessex permanece rica, porém ameaçada, e com um rei, Alfredo.

Agora acabou... o quinto livro "terra em chamas" foi lançado no Brasil este ano (2010) e ainda não achei disponível para download... ficarei órfã então.


Terra em Chamas
Leitura finalizada em 13/02/2011


O rei Alfredo está com a saúde debilitada. Seu herdeiro ainda é muito jovem. Seus inimigos, os dinamarqueses, fracassaram em tomar Wessex, mas agora a vitória parece iminente. Lideradas pelo brutal Harald Cabelo de Sangue, as hordas vikings atacam. Mas o rei tem Uhtred, que inflige aos vikings uma de suas maiores derrotas.

No entanto, o gosto da vitória inglesa é ofuscado por uma tragédia que leva Uhtred a jurar jamais servir o reino saxão novamente. Agora o sonho de retomar as terras que lhe são de direito na Nortúmbria parece mais próximo. E para alcançar seu objetivo, o guerreiro se une ao amigo Ragnar e ao antigo inimigo Haesten para tomar Wessex.


Mas o destino tem outros planos. Os dinamarqueses de Ânglia Oriental e os vikings da Nortúmbria pretendem conquistar toda a Inglaterra. A filha de Alfredo então implora pela ajuda de Uhtred e o guerreiro, incapaz de dizer não, toma a frente do exército derrotado da Mércia, rumo a uma batalha inesquecível num campo encharcado de sangue junto ao Tâmisa.




Morte dos Reis
Lançado em 2012 

O amado rei Alfredo está em seu leito de morte. Vendo os dias do soberano se aproximarem do fim, a nobreza saxônica está inquieta: o herdeiro ao trono, príncipe Eduardo, não tem a mesma popularidade do pai, e seus inimigos são numerosos. Enquanto candidatos à coroa surgem a todo o momento, os vikings, antigos adversários dos saxões, se preparam para aproveitar a instabilidade em Wessex e atacar o reino rival. Mas Alfredo fará de tudo para garantir que a paz que instaurou em seu reino perdure após sua morte. Para isso, ele conta com Uhtred, guerreiro saxão que o serve há anos. A relação de desconfiança e admiração estabelecida entre o rei e o saxão tornou-se ainda mais complexa depois que Uhtred conquistou a filha de Alfredo, Æthelflaed, mulher casada que se tornou sua amante. É vontade do rei que Uhtred jure lealdade a Eduardo, mas o guerreiro tem outros planos: expulsar definitivamente a ameaça viking da Britânia. Sua obstinação o levará a confrontar velhos inimigos e ressuscitar antigas rivalidades. Cada passo em seu caminho parece esconder uma cilada e, para sobreviver a uma das maiores crises do reino de Wessex, Uhtred precisará da ajuda de todos os seus amigos. Porém, em tempos difíceis, a linha entre a lealdade e a traição torna-se cada vez mais tênue. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

As Crônicas de Artur - Bernard Cornwell

Para leitura do mês de agosto/setembro do clube do livro foi escolhido o primeiro volume da série As crônicas de Artur: O Rei do Inverno, do inglês Bernard Cornwell.







Leitura finalizada em 22/08/2010Sinopse
O Rei Artur, ao longo de séculos, transformou-se no maior de todos os heróis da literatura e em um dos personagens míticos mais presentes no nosso imaginário. Mas depois de muitas versões de suas aventuras, sua verdadeira história perdeu-se nas brumas do tempo. Quem foi de fato o homem Artur? Onde foi seu reino? Existiram mesmo os Cavaleiros da Távola Redonda? Em que época ele viveu? Que inimigos combateu? Para que Deus enviou suas preces? Que mulheres realmente amou?
Apaixonado desde a infância por aventuras de cavaleiro, o escritor Bernard Cornwell resolveu pesquisar a figura histórica de Artur. Baseado em descobertas arqueológicas recentes, criou a mais emocionante saga protagonizada pelo imortal personagem: As Crônicas de Artur, que se inicia neste romance, O Rei do Inverno.
Artur, na verdade, nunca foi rei. Era, sim, o filho bastardo de Uther, que se transformou no principal líder militar britânico no século V. Após a saída dos romanos da ilha, a Britânia viveu um período conturbado, durante o qual seu povo lutou pela posse da terra de seus ancestrais contra os invasores saxões. Uma época em que os velhos deuses tribais dos Druidas resistiam ao domínio dos cristãos e procuravam recuperar o prestígio e o poder perdidos durante a ocupação romana.
Numa terra dividida entre diferentes senhores feudais e ameaçada pela invasão dos bárbaros do oeste, Artur emerge como um guerreiro poderoso e corajoso capaz de inspirar lealdade e unir o país. Uma personalidade complexa, impelida por honra, dever e paixão, que nos é apresentada de maneira jamais vista.
Um romance que já nasce como a melhor versão da lenda de Artur escrita em muitos anos. Uma história que vai ser recontada inúmeras vezes por bardos modernos em todos os cantos do mundo.A lenda do Rei Artur é narrada do ponto de vista de Derfel Cadarn, menino saxão adotado por Merlin e que se torna um dos principais guerreiros a serviço de Artur. Desde de seu lançamento em 1995 o livro já teve traduções para diversos idiomas, no Brasil teve sua 1ª edição em 2001 e já vende a 16ª edição (2009).

O que dizer deste livro? É apaixonante... iniciei esperando algo como As Brumas de Avalon, e levei umas cinquenta páginas para encarar o enredo e as personagens como algo realmente novo, esquecer os fatos que eu achava que sabia e devorar a narrativa envolvente. As personagens estão lá, os nomes as vezes os mesmos, as vezes diferentes, mas as caracteristicas reconhecíveis, mas são totalmente diferentes, dá um nó na cabeça na hora, mas depois a gente vai mergulhando, vai mergulhando... e ao final, a única conclusão que fica é: MARION ZIMMER BRADLEY É PRA MARICAS!!!
O entusiasmo foi tamanho que não me contentei em ficar só na meta do clube que era só o primeiro e emendei as continuações com o segundo livro: O Inimigo de Deus.



O Inimigo de Deus
Leitura finalizada em 02/09/2010
Sinopse
Artur saiu vencedor da sangrenta batalha no Vale do Lugg e conseguiu seu objetivo: Unificar os Reinos da Britânia sob um juramento de fidelidade ao jovem Rei Mordred. Chegou, então, a hora de um confronto definitivo contra os saxões, para expulsá-los de uma vez das terras britânicas e alcançar uma era de paz e prosperidade.
Mas um grande conflito pode atrapalhar seus planos: a luta entre os antigos Deuses e os cristãos. Para Artur, não importa se a nova religião vencer, desde que isso não atrapalhe seus objetivos. Um homem, porém, jamais se esquecerá da antiga fé: Merlin, se ele conseguir reunir os Treze Objetos Sagrados da Britânia, espalhados quando os romanos devastaram Ynys Mon, a Ilha Abençoada, os Deuses serão restaurados e os saxões serão lançados ao mar e o cristianismo será apagado até o último vestígio.
O mais poderoso desses objetos é o Caldeirão Mágico. Para recuperá-lo, Merlin deverá partir em uma jornada que o levará a lugares perigosos e desconhecidos. Nessa viagem, contará com o auxílio de sua magia e da espada de Lorde Derfel, um dos mais poderosos guerreiros de Artur, que segue com ele rumo aos confins da Terra em busca do tesouro. O caos, porém, toma conta de toda a Britânia. E de onde menos espera Artur recebe golpes duríssimos, que põem em risco sua vida, família e todos os planos para o reino.
O Inimigo de Deus dá seguimento ao sucesso de O Rei do Inverno, levando aos leitores a vida de Artur e seu mundo com uma nitidez espantosa jamais conseguida em outras narrativas. É a história de um homem que luta por seus ideais em uma era brutal, prejudicado por suspeitas e magias do passado, rodeado por intrigas, e que depende apenas de sua habilidade na guerra e de seu talento para a liderança. Um romance empolgante que revela fatos históricos sobre Artur e seu mundo, imortalizados por bardos que há séculos cantam e contam as aventuras do maior herói de todos os tempos.
E depois...o terceiro...


Excalibur.
Leitura finalizada em 17/09/2010
Sinopse
A série As Crônicas de Artur, de Bernard Cornwell, apresenta aos leitores um Artur muito diferente daquele imortalizado pela versão clássico e de estilo francês da vida desse herói mítico. Apaixonado pelo personagem, o autor dedicou-se a estudar as mais recentes descobertas arquológicas sobre esse suposto rei britânico e seu tempo. Ao ver como a realidade era diferente da lenda, Cornwell resolveu escrever a sua própria versão dessa saga.
Ao partir de fatos históricos comprovados, ele criou uma Britânia realista, exatamente como deve ter sido no século V, época em que Artur teria vivido. Sobre esse cenário, reconstruiu a vida dessa figura lendária em uma série de romances que se encerra com Excalibur. Nesse último episódio, a Britânia está mergulhada em trevas profundas. O Rei Mordred governa com mão-de-ferro, e Artur, separado de Guinevere após ser traído por ela, vê seus sonhos de paz desmoronarem. Em sua eterna luta para unir todo o reino, Artur enfrenta inimigos poderosos e inesperados: os antigos Deuses britânicos, que poderão ser combatidos apenas com a conversão de Artur ao cristianismo. Um conflito que tem seu clímax na Batalha do Mynyd Baddon, um combate memorável que originou as lendas em torno de Artur que chegaram até os nossos dias.
Excalibur encerra a trilogia iniciada com O Rei do Inverno, levando aos leitores a vida de Artur e seu mundo com uma nitidez espantosa, jamais conseguida em outras narrativas. É a história de um homem que luta por seus ideais em uma era brutal, prejudicado por suspeitas e magias do passado, rodeado por intrigas, e que depende apenas de sua habilidade na guerra e do talento para a liderança um romance empolgante que revela fatos históricos sobre Artur e seu mundo, imortalizados por bardos que há séculos cantam e contam as aventuras do maior herói de todos os tempos.

Me perdoe o Artur, mas o verdadeiro herói da estória foi o Derfel... e tenho dito!

domingo, 8 de agosto de 2010

Salman Rushdie - Os Versos Satânicos

Sinopse:

Neste romance vigoroso, que rendeu a Salman Rushdie um Whitbread Prize e uma sentença de morte promulgada pelo aiatolá Khomeini, o consagrado escritor narra a história de dois atores indianos que se metamorfoseiam, um em diabo e outro em anjo, depois de caírem de um avião atacado por terroristas.
Muitas coisas opõem e associam os acidentados: um é apolíneo, o outro dionisíaco; um é apocalíptico, o outro integrado; um é apegado à origem, o outro está decidido a conquistar nova nacionalidade. Transitando livremente entre o real e o fantástico, entre o bem e o mal, entre a infinidade de opostos complementares e inconciliáveis da vida, este romance alegórico é claramente autobiográfico, especialmente em sua questão filosófica central: quem sou eu? Ao fazer essa pergunta, o indiano Rushdie parece buscar uma ponte entre extremos, a conciliação dos opostos, uma resposta para a vida. Seus Versos satânicos transcendem o problema específico do emigrado que flutua entre culturas para aplicar-se a todos os cidadãos de um mundo dilacerado


Leitura finalizada em 05/08/2010
Taí um livro polêmico que eu sempre quis ler e não tinha tido ainda a oportunidade. Eu gostei, embora tenha travado um pouco em algumas partes, pois a estória não é linear, são muitos os personagens e entrelinhas (as quais, confesso, não captei a mensagem na totalidade), mas no geral, a narrativa dele é muito boa, muitas citações em indiano o que dá todo um colorido à ambientação. Achei menos uma crítica ao islam e mais uma declaração de frustração e decepção do próprio autor quanto às religioes no geral, e à dele, em particular.

Gostei muito desta crítica que eu encontrei na net e vou repostar aqui para fins de registro:

"Versos Satânicos" é o nome do romance do Indiano Salman Bushdie. O livro não é uma obra escrita de forma aleatória a contar a historia/islâmica, mas de maneira subjetiva e romanceado a experiência de seu autor e sobre sua frustração com o Islã.

O que vemos, em linha geral, é uma espécie de romance "a là" Jorge Amado, só que o autor por ser indiano/ex-islâmico vê as coisas de outra ótica. O romance é escrito de maneira abstrata/surrealista e mistura fatos, ficções, histórias e estórias. Sua aguda maneira crítica de escrever não deixa ninguém sem ser alfinetado, sobra pra todo mundo: Ocidente, Oriente, Cristianismo, ascetismo, ceticismo e, como era a intenção do autor, o Islamismo. No Islã Salman "bate forte", faz críticas e expõe uma das maiores religiões do mundo.

Agora, o autor e sua obra não ganharam notoriedade por isso, mas pelo decreto de morte que foi impetrado. Salman Rushdie foi jurado de morte em fevereiro de 1989 por meio de uma fatwa (edito religioso) impetrada pelo aiatolá Khomeini, dirigente espiritual do Irã. Seu livro Versos Satânicos foi considerado uma blasfêmia contra o Islã. Uma recompensa de US$ 2,5 milhões foi oferecida pela fundação beneficente iraniana Khordad a quem matasse Rushdie. Cerca de 500 iranianos também se dispuseram a vender um dos seus rins para financiar a execução. As palavras do aiatolá: "Informo o orgulhoso povo muçulmano do mundo que o autor dos Versos Satânicos, livro que é contra o Islã, o Profeta e o Alcorão, e todos os que estão envolvidos na sua publicação e estavam conscientes do seu conteúdo, são condenados à morte."

O escritor viveu cerca de dez anos na clandestinidade. Até a companhia aérea British Airway considerava um perigo transportá-lo por causa de atentados e seqüestros. A sentença parecia irrevogável. Segundo as leis islâmicas, uma fatwa só pode ser anulada por quem a proferiu. Com a morte do aiatolá Khomeini em junho de 1989, a condenação tornou-se eterna. Em setembro de 1998, o presidente iraniano Mohammad Khatami anunciou que o caso de Salman Rushdie deveria ser considerado completamente encerrado. O governo do país fez uma abdicação formal na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. A medida fez o Reino Unido reatar relações diplomáticas com o Irã. A ameaça, porém, pode persistir porque o escritor não está livre de ser alvo de um fanático muçulmano. No período em que a fatwa esteve em vigor, livrarias que vendiam Versos Satânicos foram assaltadas e queimadas. O tradutor japonês Hitoshi Igarashi foi morto a facadas nas ruas de Tóquio, em 1991, por um radical islâmico. Outro tradutor, o italiano Ettore Capriolo, sobreviveu a um ataque em Milão. Em outubro de 1993, o editor norueguês William Nygaard escapou com vida depois de levar quatro tiros pelas costas.

O Conteúdo Polêmico do Livro


O conteúdo do livro é muito rico, mas para ser captado é preciso prestar muita atenção nas "entre linhas". "Versos Satânicos", segundo o autor do livro, é o próprio Alcorão com as suas doutrinas e sunas. Uma das denuncias de Salman é de que o livro foi inventado por Maomé e que a revelação vinha sempre segunda as necessidades particulares do profeta. O Anjo Gabriel nuca teria aparecido realmente a Maomé, mas que tudo aquilo era fruto de suas alucinações em meio aos seus ataques epiléticos – tudo fruto de um mentecapto religioso! Outro ponto bastante relevante é a questão de Alá ser um deus entre os muitos adorados em Meca e ter três filhas que eram abascantos da população! Vejam o relato do Livro: "Pensai também em Lat e Uzza, e em Manat... Elas são os pássaros exaltados, e sua intercessão é de fato desejada..." (Versos Satânicos - p. 114 - Ed. Cia das Letras {palavras que teriam sido ditas por Maomé}). Parece corroborar com essa tese o ex-islâmico Dr.Salim Almahdy: A Enciclopédia do Islamismo nos fala que os árabes pré-islâmicos conheciam Alá como uma das divindades de Meca. Também já existia em Meca a pedra negra, por causa da qual as pessoas peregrinavam para Meca. Os peregrinos beijavam a pedra, prestando culto a Alá por meio dela. Segundo a Enciclopédia Chamber's, a comunidade onde Maomé foi criado era pagã, com diferentes localidades que tinham os seus próprios deuses, freqüentemente representados por pedras. Em muitos lugares haviam santuários para onde eram feitas peregrinações. Meca possuía um dos mais importantes, a Kaaba, onde foi colocada a pedra negra, há muito tempo um objeto de adoração. Alá era o deus lua. Até hoje os muçulmanos usam a forma do quarto crescente sobre as suas mesquitas. Nenhum muçulmano consegue dar uma boa explicação para isso. Na Arábia havia uma deusa feminina que era a deusa sol e um deus masculino que era o deus lua. Diz-se que eles se casaram e deram à luz três deusas chamadas "as filhas de Alá", cujos nomes eram Al Lat, Al Uzza e Manat. Alá, suas filhas e a deusa sol eram conhecidos como os deuses supremos... No começo, Maomé deixava os seus seguidores prestarem culto a Alá, o altíssimo, e pedirem a intercessão de Allat e Al Oza e Mannat. Depois que conseguiu se tornar militarmente forte e bem armado, ele lhes ordenou que somente a Alá prestassem cultos". Será que isso teria alguma coisa haver com a ojeriza em que os islâmicos tem com a idéia de chamar Deus de Pai?

Como já disse, o material é muito rico e nesse sucinto comentário não conseguiríamos explanar todo o vasto conteúdo do mesmo. Acredito que vala a pena ser lido e analisado o referido livro com a ótica crítica, pois não passa de uma ficção e por isso não sabemos onde termina o conto e começa a verdade!