terça-feira, 25 de novembro de 2014

Lançamento: The Darkest Touch #11 Lords of the Underworld - Gena Showalter

Hoje é dia do lançamento (nos EUA) do 11º livro da série Lords of the Underworld, aqui no Brasil lançada pela Harlequin Books como Senhores do Mundo Subterrâneo (ou na tradução de fãs, bem mais charmoso: Senhores do Submundo).


- Oi, eu sou o Torin, se importa se eu mantiver as luvas? Não estou muito a fim de desencadear uma peste que pode dizimar a humanidade...


Sinopse oficial:
Da autora Gena Showalter, na lista dos mais vendidos do The New York Times, chega a muito aguardada história de Torin, o mais perigoso Senhor do Mundo Subterrâneo, até agora...


Guerreiro feroz. Guardião do demônio da Doença. Cada toque de Torin resulta em doença e morte - e uma praga de proporções mundiais. Prazer carnal é totalmente proibido, e embora ele sempre contenha seus desejos com vontade férrea, seu controle está a ponto de se despedaçar.



Ela é Keeleycael. A Rainha Vermelha. Quando a poderosa beldade com vulnerabilidades chocantes escapam de um aprisionamento de séculos, o desejo que explode entre ela e Torin é incontrolável. O toque dele pode significar o fim dela, mas resistir a ela é a batalha mais dura que ele já travou - e a única que teme não conseguir vencer.



***


Particularmente eu adoro esta série desde a primeira lida... ultimamente ando meio desanimada para romances (ainda estou travada na leitura - tão aguardada por mim - do livro Dark Skye, da autora Kresley Cole, de uma outra série no estilo que eu sempre AMEI, mas que (infelizmente), apesar de aguardar com bastante ânsia a história de Melanthe com Thronos, não deslanchou a leitura para mim- socorro, perdi meus poderes! - Mas vou tentar, de todo coração ler este. Se consegui, posto uma resenha.

Sobre a série:

A Editora Harlequin Books lançou, até agora, os 5 primeiros aqui no Brasil: 
- A Noite mais Sombria, 
- O Beijo Mais Sombrio, 
- O Prazer Mais Sombrio, 
- O Sussurro Mais Sombrio, 
- A Paixão Mais Sombria.


A série conta a história de um grupo de quatorze guerreiros que abriram a dimOuniak, a caixa de Pandora, liberando uma horda de demônios pelo mundo. Como vingança, os deuses decidem que cada um dos dos guerreiros deveria abrigar em si um dos demônios liberados, por toda a eternidade.

Então no delicioso livro 1, temos Maddox, o guardião do demônio da Violência, 
No livro 2, temos Lucien, o guardião da Morte, 
No livro 3, Reyes, o guardião da Dor, 
No 4, Sabin, o guardião da Dúvida e 
No 5, temos Aeron, o guardião do demônio da Ira.


Embora aí tenha parado a Harlequin, e tudo indique que, neste passo, iremos levar uma eternidade até ficarmos par-a-par com os lançamentos dos EUA, não é difícil encontrar os livros para leitura na língua original. 

Reforço o aspecto humorístico da autora. 
Nesta série ela mescla de forma muito cativante aventura, romance (algumas cenas escaldantes, de tão hot-hot) e muito, muito humor. 
Nada de mocinhas ruborizadas e mordedoras de beiços para a nossa Showalter, suas mocinhas rocks-a-lot! Por exemplo, Anya é uma deusa! e está no segundo livro, fazendo do pobre Lucien, e seu demônio da Morte, gato e sapato... 
Até a salada mitológica citando deuses, panteões e eras em comportamentos bastante humanos e *coff-condenáveis-coff* é muito envolvente e interessante.

Prevejo uma leitura fantástica neste livro do Torin, um dos Senhores mais queridos e aguardados pelas leitoras ao longo dos dez anteriores da série!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

teaser - trechinho de Revival

I
Quinto Papel. Montanha da Caveira. Lago Pacífico.


Ao menos de uma certa maneira, nossas vidas são realmente iguais a um filme. O elenco principal é formado por nossa família e amigos. O elenco coadjuvante é composto de vizinhos, colegas de trabalho, professores, e outros relacionamentos diários. Há também personagens de pouca importância: a garota do supermercado com o sorriso bonito, o atendente amigável do boteco local, os caras que malham na academia três vezes por semana. E há milhares de figurantes – aquelas pessoas que fluem ao longo de toda a nossa vida, como água flui de uma fonte, aquelas que vemos somente vez, para então nunca mais. O adolescente vasculhando entre as revistas em quadrinhos na livraria, aquele em quem a gente esbarra (murmurando “com licença”) para chegar até as revistas. A mulher parada em um semáforo do próximo cruzamento, aproveitando o momento para retocar o batom. A mãe que limpa o sorvete do rosto de seu filho em um restaurante de beira de estrada, onde paramos para um lanche rápido. O vendedor que nos vende um saquinho de amendoins no jogo de beisebol.
Mas às vezes, uma pessoa que não se enquadra em nenhuma destas categorias entra em nossa vida. É o coringa que salta das cartas em intervalos irregulares, através dos anos, geralmente em um momento de crise. No cinema, este tipo de personagem é chamado de quinto papel, ou, agente transformador. Quando aparece em um filme, sabemos que lá está porque o roteirista o colocou. Mas quem é o roteirista de nossas vidas? Destino ou coincidência? Eu quero acreditar que é este último. Quero isto do fundo do coração e alma. Quando penso em Charles Jacobs – meu quinto papel, meu agente transformador, minha nêmesis – eu não suporto acreditar que sua presença em minha vida tenha algo a ver com destino. Isso significaria que todas estas coisas terríveis – estes horrores – estavam destinados a acontecer. Neste caso, então não existe luz, e a nossa crença nela é uma tola ilusão. Neste caso, vivemos na escuridão como animais em uma toca, ou formigas profundamente afundadas em seu formigueiro.
E não estamos sozinhos.

***

sábado, 15 de novembro de 2014

Stephen King - Revival

Por falar em livros,

Esta semana (em 11/11/14) foi o lançamento do novo livro de Stephen King, nos EUA, chamado Revival.

Não contive minha curiosidade e tive de ler. Esta mania de ler lançamentos, além de aprimorar o inglês, vira um verdadeiro vício após algum tempo. 


Abaixo, as capas: americana, inglesa e alemã (achei a alemã muuuuito legal! Mas todas elas tem a ver com a temática do livro)



Sinopse Oficial: 
Uma história sombria e eletrizante sobre vícios, fanatismo e sobre o que pode existir do outro lado da vida. 
Em uma cidadezinha da Nova Inglaterra, há mais de meio século, uma sombra recai sobre um garotinho que brinca com seus soldadinhos de brinquedo. Jamie Morton ergue o olhar e se depara com um homem impressionante, o novo pastor. 
Charles Jacobs, juntamente com sua bonita esposa, deseja transformar a igreja local. Homens e garotos, todos se apaixonam um pouquinho pela Sra. Jacobs; mulheres e garotas sentem o mesmo pelo Reverendo Jacobs - inclusiva a mãe e a amada irmã de Jamie, Claire. 
Com Jamie, o Reverendo divide um vínculo mais profundo baseado em uma obsessão secreta. Quando a tragédia se abate sobre a família Jacobs, este pastor carismático renega a Deus, passa a zombar de crenças religiosas, e é banido da chocada cidade. 
Jamie tem seus próprios demônios. Casado com sua guitarra desde a idade de treze anos, ele toca com bandas por todo o país, levando um estilo de vida nômade de bares e muito rock and roll enquanto tenta escapar da terrível perda em sua própria família. 
Aos trinta anos - viciado em heroína, abandonado, desesperado - Jamie reencontra Charles Jacobs, com profundas consequências para ambos. O vínculo entre eles se torna um pacto, além mesmo do que o próprio Diabo elaboraria, e Jamie descobre que "renascimento" pode ter muitos significados.
Este livro rico e perturbador se estende por cinco décadas à conclusão mais aterrorizante que Stephen King já escreveu. É uma obra-prima de King, dentro da grande tradição americana de Frank Norris, Nathaniel Hawthorne, e Edgar Allan Poe.
***

Minhas impressões:
Li sofregamente, levei 3 dias para terminá-lo (lendo em cada momentinho livre do dia, hora do almoço do serviço, um pouco - ou melhor: muito - antes de dormir. A pia lotada de louça a semana toda que o diga - rs). Acho que, de tanto compartilhar a ansiedade com o pessoal do grupo do FB, acabei criando uma expectativa grande em torno deste lançamento, então me joguei mesmo na leitura. Não me decepcionei.

As resenhas que li sobre ele, antes do lançamento, não foram muito elucidativas, e apesar de ter lido algumas páginas liberadas em teasers antecipados, eu não sabia direito o que esperar. No decorrer do livro, só temos a visão do lado de Jamie da história, e mesmo ele já tendo 53 anos no clímax, ainda me soa como aquele garotinho das primeiras páginas: assombrado e mais cheio de perguntas do que de respostas. Talvez em uma excelente, porém incômoda, metáfora do que nós humanos somos diante dos grandes mistérios do mundo, da fé, do sofrimento. 
Talvez.
Mas King pode. Ele é King.

A sinopse oficial diz que o reverendo Charles Jacobs, após uma tragédia familiar, se volta contra Deus. 
Além de religioso, ele é um aficionado por pesquisas envolvendo os mistérios da eletricidade e sua manipulação. 
Não sou uma grande fã de narrativas em primeira pessoa - para mim, elas são - acima de tudo, parciais e limitadas. Só vemos e sabemos o que o narrador vê e sabe, o que geralmente leva a páginas e mais páginas de cambaleios no escuro, para nos depararmos (nós, leitores, juntamente com o narrador) com a Grande Revelação convenientemente bem no final, preferencialmente nas últimas páginas. Particularmente, acho isso um truque meio sujo dos autores. 

O livro é permeado de melancolia, nostalgia, tristeza e reflexões sobre a vida, o universo e tudo o mais. Ao fundo, o narrador vai dando dicas, insinuações e amostras de que algo mau está vindo, algo mau está chegando, que acabará tudo em lágrimas, mas sem dizer exatamente o que é, deixando os leitores imaginando mil coisas ao longo da história.  A maioria das quais, obviamente, não dão em nada.

Para mim, ficou bom mesmo na reta final, mais especificamente a partir do capítulo XII, que é quando os acontecimentos que vinham se desenvolvendo num crescendo acabam tendo seu clímax e conclusão. E a conclusão não decepciona!

É um livro que fala de superação, mas nestes termos, para mim, foi impossível não comparar Jamie Morton a Dan Torrance, e na comparação, Dan ganha de lavada. Eu tive uma certa dificuldade em sentir empatia e torcer para valer por Morton. 
Confesso que - talvez por só ter o ponto de vista dele da história - ele me pareceu mais do que tudo: INGRATO-devido-a-superstições-bestas (talvez o fato de EU não ser religiosa tenha influenciado um pouco nesta impressão, talvez não). Não consigo deixar de pensar que, se ao invés de uma primeira pessoa, o autor tivesse arriscado uma terceira pessoa, e um narrador onisciente, teríamos a possibilidade de ver o pastor Jacobs não como o bicho-papão do ponto de vista de Jamie (porque é isso que ele é, o livro todo - e só entendemos no final - um grande e gordo bicho-papão), eu senti falta de um pouco do ponto de vista DELE, para que eu pudesse sentir um pouco de empatia, me posicionar diante de tudo o que ele fez, o que ele crê, o que ele descrê. Até em Sr. Mercedes, o King consegue que a gente sinta um pouco de compaixão pelo maluco do mercedes desgovernado (o que é aquele capítulo do flashback sobre o Frankie, mon Dieu?! Dá vontade de chorar só de lembrar. Mas em Revival eu senti falta disto.

Gostei muitíssimo das referências a Mary Shelley (Mary Fay, filha de Janice Shelley, mãe de Victor - RÁ!) e Lovecraft reina absoluto em um final que mereceu uma quarta estrelinha na minha avaliação. 
Fora as referências do rock que são arrasadoras (mais rock dos anos 60 e 70 que não são muito minha praia).

Não vou falar da história porque, afinal, em linhas gerais, ela é BEM SIMPLES. E qualquer revelação adicional acabará em spoiler. 
Só lendo mesmo para saber.


Editora: Scribner
Ano: 2014
Páginas: 416

Previsão de lançamento, no Brasil, pela Editora Suma das Letras para segundo semestre de 2015. (O que joga o Sr. Mercedes lá para 2016 - a confirmar)





quarta-feira, 29 de outubro de 2014

booktrailer de Doutor Sono - lançamento Novembro/2014



Clique na imagem para ver um booktrailer bem legal que a Suma apresentou para divulgação do lançamento de Doutor Sono (ok, ok, leva um tempinho para se acostumar à tradução do título, aproveito para salientar que, para mim, The True Knot será sempre O Verdadeiro Nó, e não A União Real, questão de apego mesmo) .

Aguardo ansiosamente!
Previsto para Novembro/2014



quinta-feira, 29 de maio de 2014

easter egg de Mr. Mercedes - Stephen King

Daí, é claro que eu entrei no link dado no final da carta do Assassino do Mercedes para do Detetive Hodges (post anterior) e dei a senha que o próprio menciona para ver se a divulgação tinha ido assim tão longe.
E a surpresa.... o site existe, e a senha confere e tem um easter egg lá pra os fãs....


Tradução livre:

kermitfrog19 (o Det. Hodges) diz: 
"Já vi uma porção de confissões falsas em meu tempo, mas esta é a pior. Estou apostentado, mas não sou estúpido. Aparecer agora com 'informações confidenciais' não prova que você não é o Assassino do Mercedes. Foda-se, cuzão."

merckill disse:
Então como eu sabia sobre a touca de cabelo e a água sanitária, Detetive Hodges? É O TIPO DE COISA que considero informação confidencial pois jamais foram mencionadas nos jornais ou na TV. Você diz que não é estúpido mas PARA MIM PARECE QUE É. Acho que todos estes programas de TV que tem assistido apodreceram seu cérebro.
O QUE você consideraria informação exclusiva?
TE DESAFIO A ME RESPONDER ISSO.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mr. Mercedes - Stephen King


Mr. Mercedes - Stephen King
lançamento previsto para 03 de Junho de 2014 .


Em uma corrida contra o tempo com muito suspense e de enormes proporções, três dos heróis mais improváveis e bem-sucedidos já criados por Stephen King tentam impedir que um assassino execute um atentado contra milhares de pessoas. Nas gélidas horas que antecedem o amanhecer, em uma cidade conturbada do meio-oeste americano, centenas de desempregados desesperados fazem fila para conseguir uma vaga de emprego em uma feira. Sem aviso, um motorista solitário investe contra a multidão, a bordo de um Mercedes roubado, atropelando os inocentes, recuando e voltando a atacar. Oito pessoas morrem; quinze são feridas. O assassino escapa. Em outra parte da cidade, meses depois, um policial aposentado chamado Bill Hodges ainda é assombrado pelo crime não-resolvido. Ao receber uma enlouquecida carta. de alguém se identificando como “o criminoso”, ameaçando um ataque ainda mais diabólico, Hodges desperta de sua aposentadoria tediosa e deprimente, infernalmente decidido a impedir outra tragédia.
Brady Hartfield vive com sua mãe alcoólatra na casa onde nasceu. Ele ama a sensação da morte sob os pneus do Mercedes, e anseia por senti-la novamente. Somente Bill Hodges, com um alguns aliados altamente improváveis, serão capazes de capturar o assassino deste próximo ataque. E eles não têm tempo a perder, pois a próxima missão de Brady, se acontecer, matará ou ferirá milhares de pessoas. Sr. Mercedes é uma guerra entre o bem e o mal, do mestre do suspense que adentra a mente deste assassino obcecado e insano de forma aterrorizante e inesquecível.


Em minhas andanças, vi que na página do autor no goodreads, ele liberou um link para a carta na íntegra que o Assassino da Mercedes envia ao Detetive Hodges. 
Traduzo a seguir:


Caro Detetive Hodges,

Espero que não se incomode de eu usar seu título, mesmo que tenha se aposentado há 6 meses. Acho que, se juízes incompetentes, políticos ladrões e comandantes militares estúpidos podem manter seus títulos após a aposentadoria, o mesmo deveria ocorrer a um dos mais condecorados oficiais de polícia, na história da cidade.

Então, te chamarei de Detetive Hodges!

Sir, (outro título que você merece, pois você é um verdadeiro Cavalheiro do Distintivo e Armas), eu escrevo por muitas razões, mas devo começar por parabenizá-lo pelos seus anos de serviços, 27 como detetive e 40 ao todo. Eu vi um pedaço da Cerimônia de Aposentadoria na TV (Acesso Público Canal 2, um recurso ignorado pela maioria das pessoas), e por acaso, descobri que na noite seguinte, houve uma festa no Raintree Inn, próximo ao aeroporto. Aposto que aquela sim foi a Cerimônia de Aposentadoria!

Eu realmente nunca fui convidado para uma festança destas, mas já vi na TV, programas policiais suficientes, e apesar de saber que muitos deles representam uma versão muito caricata da corporação, alguns retrataram festas de aposentadoria (NYPD Blue Homicide, The Wire, etc., ect,), e eu gosto de achar que eles são retratos acurados de como os Cavaleiros do Distintivo e Arma se despedem de seus compatriotas. Eu acho que podem ser, pois eu também li cenas de festas de aposentadoria em pelo menos dois livros de Joseph Wambaugh, e eles são similares. Ele deve saber por que ele, como você, também é um Detetive Aposentado.
Imagino balões dependurados no teto, muitas bebidas, muitas conversas obscenas, e um monte de reminiscências sobre os Velhos Dias e os velhos casos. Houve, provavelmente, muita música alta e feliz, e possivelmente uma dançaria ou duas rebolando seus traseiros. Possivelmente, houve discursos - bem mais engraçados e mais verdadeiros do que aqueles da “cerimônia de camisa engomada.”

Acertei?

De acordo com minhas pesquisas, durante seu tempo como detetive, você resolveu literalmente centenas de casos, muitos deles o tipo que a imprensa (que Ted Williams chamava de Cavaleiros do Teclado) rotula de espalhafatoso. Você pegou Assassinos e Gangues de Assaltantes e Incendiários e Estupradores. Em um artigo (publicado mais ou menos na época de sua Cerimônia de Aposentadoria), seu parceiro de longa data (Detetive de primeira classe Peter Huntley) o descreveu como “uma combinação de alguém que segue o protocolo, mas que é intuitivamente brilhante.”

Um belo elogio!

Se isto for verdade, e eu acho que é, você já terá descoberto a esta altura que eu sou um dos que você não conseguiu capturar. Eu sou, de fato, o homem que a imprensa decidiu chamar:
a)      O Charada.
b)      O Palhaço
c)      O Assassino da Mercedes, eu prefiro este último!

Tenho certeza que você tentou tudo o que podia, mas infelizmente (para você, não para mim), falhou. Imagino que, se já houve um criminoso que você tenha desejado capturar, Detetive Hodges, este seria o homem que deliberadamente atropelou a multidão na Feira de Empregos no Centro da Cidade, ano passado, matando oito e ferindo muitos outros (devo dizer que excedi minhas expectativas mais exageradas). Eu estava em sua mente quando lhe deram aquela placa na Cerimônia de Oficial Aposentado? Eu estava em sua mente quando seus amigos, Cavaleiros do Distintivo e Arma te contavam estórias sobre (só estou chutando aqui) criminosos que eram pegos de calças literalmente arriadas ou de pegadinhas engraçadas que ocorriam na boa e velha repartição?

Eu aposto que estava!

 
Tenho de lhe dizer como foi divertido. (estou sendo honesto aqui). Quando eu pisei fundo naquele acelerador e guiei o Mercedes da pobre Sra. Olivia Trelawney em cima da multidão de pessoas, eu tive a maior ereção de minha vida! E meu coração batia a 200 por minuto? “Claro que sim!”
Deixa eu te dar uma verdadeira informação confidencial, e se quiser rir, tudo bem, porque é mesmo meio engraçado (embora eu ache que também mostre como fui cuidadoso). Eu estava usando uma camisinha!! Porque eu estava com medo de ter uma ejaculação espontânea, e deixar vestígios de DNA que poderiam ser detectados! Bem, não aconteceu, mas eu me masturbei muitas e muitas vezes depois daquilo, enquanto pensava no quanto eles tentaram correr e não conseguiram (eles estavam apertados como sardinhas), e o quão assustados todos pareciam (aquilo foi tão engraçado), e do jeito que eu fui jogado para frente quando o carro os atingiu. Tão forte que o cinto de segurança travou. Deus, foi muito excitante.

Para dizer a verdade, eu não sabia o que poderia acontecer. Eu achei que as chances eram meio a meio de que eu fosse pego. Mas eu sou um otimista nato, e me preparei para o Sucesso ao invés do Fracasso. A camisinha é uma informação confidencial, mas eu aposto que o seu Departamento Forense (eu também assisto ao CSI) ficou bem desapontado quando não conseguiram nenhuma amostra de DNA do lado de dentro daquela máscara de palhaço. Eles devem ter dito, “Merda! Que criminoso habilidoso! Deve ter usado uma touca de cabelos por baixo da máscara!”

E eu usei mesmo! E também tomei banho com água sanitária!

Eu ainda me alegro de pensar nos sons que ocorreram quando os atingi, os ruídos de ossos se partindo, e o jeito que o carro sacolejou, ao passar por cima dos corpos. Para poder e controle, a Mercedes de 12 cilindros é a melhor!! Quando vi no jornal que um bebê foi uma das vítimas, fiquei deliciado!! Acabar com uma vida tão jovem! Pensar em tudo o que ela deixou de viver, eh? Patricia Cray, descanse em paz! Peguei a mãe também! Geléia de morango em um saco de dormir! Que delícia, eh? Eu também adorei pensar no homem que perdeu seu braço e ainda mais nos dois que ficaram paralisados. O homem, somente da cintura para baixo, mas Martine Stover virou praticamente um vegetal! Eles não morreram, mas certamente desejam ter morrido! Que tal isso, Detetive Hodges?

Agora você deve estar pensando, “Que tipo de pervertido doente e deformado temos aqui?” Não posso realmente te culpar, mas podemos discutir sobre isso! Eu acho que um grande número de pessoas adoraria fazer o que eu fiz, e é por isso que gostam tanto de livros e filmes (e até mesmo de programas de TV) com Torturas e Desmembramentos, etc, etc, a única diferença é que eu realmente fiz. Mas não porque eu seja doido (em qualquer sentido da palavra). Só porque eu não sabia exatamente o que a experiência seria, só que seria totalmente eletrizante, com “lembranças que durariam a vida inteira” como eles dizem. A maior parte das pessoas é presa a botas de chumbo que lhe são impostas quando são bem pequenas e tem de usá-las a vida inteira. Estas botas de chumbo se chamam CONSCIÊNCIA. Eu não tenho nenhuma, então eu posso planar bem acima da cabeça da multidão mediana. E se eles tivessem me capturado? Bem se isto tivesse acontecido, se a Mercedes da Sra. Trelawney tivesse pifado ou algo assim (improvável, já que mantenho uma manutenção cuidadosa), suponho que a multidão poderia ter me linchado, eu sabia que esta era uma possibilidade, e isso só deu ainda mais excitação. Mas eu não pensei que eles realmente o fariam, porque a maior parte das pessoas é como ovelha, e ovelha não come carne. (Eu acho que poderia ter apanhado um pouquinho, mas eu aguento uns golpes). Provavelmente eu teria sido preso e ido a julgamento, onde eu alegaria insanidade. Talvez eu seja mesmo insano (esta ideia definitivamente passou pela minha mente), mas é um tipo bem peculiar de insanidade. De qualquer forma, tirei a sorte grande e me safei.

A neblina ajudou!

Agora eis algo que eu vi, desta vez em um filme (não me lembro do nome). Tinha um assassino em série muito inteligente e de início os tiras (um era Bruce Willis, na época em que ainda tinha um pouco de cabelo) não conseguiu pegá-lo. Então Bruce Willis disse, “Ele fará novamente porque não consegue se segurar e mais cedo ou mais tarde, cometerá um erro e vamos pegá-lo.”
E eles pegaram mesmo!

Isso não é verdade no meu caso, Detetive Hodges, porque eu não tenho ânsia nenhuma de fazer novamente. Em meu caso, uma só vez foi o bastante. Eu tenho minhas lembranças, e elas são tão claras quanto um lago cristalino. E é claro, as pessoas ficaram aterrorizadas depois do ato porque tinham certeza que eu faria de novo. Lembra-se das reuniões públicas que foram canceladas? Não foi muito divertido, mas até que achei interessante.

Então veja, estamos ambos aposentados.

Por falar nisto, meu único arrependimento é que eu não consegui chegar à sua festa de aposentadoria no Raintree Inn para fazer um brinde a você, meu bom Detetive. Você absolutamente fez o seu melhor. Detetive Huntley também, é claro, mas se as informações dos jornais e da internet sobre suas carreiras forem verdadeiras, você era o melhor e ele sempre foi decente. Tenho certeza que, caso ele ainda esteja na ativa, que ele ainda pega aqueles relatórios antigos de vez em quando para estudá-los, mas ele não descobrirá nada. Acho que nós dois sabemos disto.

Posso finalizar com uma preocupação?

Em alguns desses programas de TV (e também em um dos livros de Wambaugh, eu acho, mas pode ter sido um de James Patterson), a grande festa com balões e bebidas e música acaba em uma cena final triste. Os Detetives vão para casa e descobrem que, sem suas Armas e Distintivo, suas vidas não têm sentido. O que eu consigo entender. Quando se pensa nisso, o que é mais triste do que um Cavaleiro Velho Aposentado? De qualquer forma, o Detetive finalmente atira em si mesmo (com seu revólver de serviço). Eu procurei na internet e descobri que este tipo de coisa não é só ficção. Realmente acontece!

Os índices de suicídio em policiais aposentados são altíssimos!!

Na maioria dos casos, os tiras que fazem esta coisa triste não têm familiares próximos que possam ver os Sinais de Alerta. Muitos, como você, são divorciados. Muitos têm filhos crescidos, que moram longe. Eu penso em você sozinho em sua casa na Estrada Harper, Detetive Hodges, e me preocupo. Que tipo de vida você está levando, agora que a emoção da caça ficou para trás? Está assistindo muita TV? Provavelmente. Está bebendo mais? Possivelmente. As horas passam mais lentamente porque sua vida agora está vazia demais? Está sofrendo de insônia? Jesus, eu espero que não.

Mas eu temo que possa ser o caso!

Você provavelmente precisa de um passatempo, para ter algo no que pensar ao invés daquele caso que não resolveu e como jamais vai me capturar. Seria ruim demais se começasse a pensar que a sua carreira inteira foi uma perda de tempo porque o cara que matou todas aquelas Pessoas Inocentes escapou por entre seus dedos.

Eu não ia querer que começasse a pensar na sua arma. Mas você tem pensado nela, não tem?
Eu gostaria de finalizar com um pensamento final daquele “que escapou”. Que seria:

FODA-SE, PERDEDOR.

Brincadeirinha!

Verdadeiramente seu,

O ASSASSINO DA MERCEDES.

PS: Sinto muito pela Sra. Trelawney, mas quando você entregar esta carta ao Det. Huntley, diga-lhe para não se incomodar em procurar qualquer foto que eu tenho certeza que a polícia tirou no funeral dela. Eu estava lá, mas só em imaginação. (Minha imaginação é muito poderosa.)

PPS: Quer me contatar? Compartilhar suas impressões? Tente o site Under Debbie's Blue Umbrella. Eu até cadastrei um nome de usuário para você: “kermitfrog19”. Eu posso não responder, mas, “ei, você jamais saberá.”

PPPS: Espero que esta carta o tenha animado!