terça-feira, 14 de abril de 2015

[Resenha] J.R. Ward - The Shadows

Por falar em livros...

Terminei a leitura do The Shadows, livro 13 da série Irmandade da Adaga Negra, da autora J. R. Ward, lançado no início do mês... se vocês leram meu último post, devem saber que minhas expectativas não estavam muito altas, mas ainda assim... o livro me surpreendeu por ser tão ruim!!!
Sabem o livro do Phury (Amante Consagrado) que até então é tido por grande parte dos leitores como o mais fraco da série até agora? Então, este conseguiu ser pior.
Terminei as quinhentas e noventa e duas páginas em inglês ontem, com uma imensa sensação de decepção... Embora eu saiba que a autora não me deve nada, e que obviamente algumas leitoras vão gostar, e blablabla... Como dizia Raul: "mas é que se agora pra fazer sucesso, pra vender discos de protesto,todo mundo tem que reclamar....."


Falando por cima sobre a história... este livro fala dos dois irmãos Trez e iAm, da raça dos Sombras (uma vertente da raça vampírica, assim como os sympaths). Desde o livro do Rehv (Amante Vingado) eles vinham aparecendo aqui e acolá, ganhando destaque como personagens periféricos série afora. Eles apareceram em "Amante Vingado" como seguranças e guarda-costas fodões do Rehvenge em seus clubes noturnos e negócios escusos, e que os ajudaram com toda aquela questão da princesa sympath
Trez o tresloucado sexual, fodedor de tudo o que respire por perto dele, iAm o quieto "virjão", na dele. Ao longo dos últimos livros vimos delineadas sugestões de parte da história deles, que Trez havia sido vendido pelos pais, na infância para a Rainha dos Sombras para que fosse emparelhado à filha dela, a Princesa do s'Hisbe, como estava escrito nas estrelas segundo o mapa astrológico do nascimento deles. Trez consegue fugir deste destino, e se esconde na cidade de Caldwell, aliando-se a Rehv e a Irmandade, mas a lâmina deste destino estava sempre pairando sobre sua cabeça - e a do irmão, pronta para cair a qualquer momento. Em "O Rei", os s'Hisbe descobrem onde eles estão escondidos, e aparecem cobrando que ele cumpra seu destino e volte ao Território. Nos dois últimos livros, já vínhamos vendo o envolvimento de Trez pela Escolhida Selena, de quem tivemos uma sugestão de sofrer de uma doença gravíssima em "O Rei".

A seguir, exponho minhas impressões, tentando mantê-la livre de SPOILERS, porém, quem for sensível ao assunto, é melhor parar de ler aqui.  E não, não sou uma HATER, porém, procuro ser minimamente crítica quanto ao que eu leio, e embora eu adore a série, achei "The Shadows" um livro muito aquém do que deveria ter sido. 

Então, cortando em miúdos:

1) Trez e Selena já começam Os Sombras em clima de SóLove; 
2) As 592 páginas do livro cobrem um período de tempo impossível: dois ou três dias (imaginem só a encheção de linguiça de personagens periféricos!);
3) Apesar de toda a intriga delineada, ou seja, que, para ficar com seu HEA, Trez teria de superar toda a questão de ter de cumprir sua sina junto ao s'Hisbe, o único que pareceu se preocupar com esta questão o livro inteiro, foi o irmão, iAm. Trez, como lhe sempre foi típico, ligou o FODA-SE logo no início e ficou no Love com a Selena, pouco se fodendo com o que aconteceria depois;
4) Enquanto a cada capítulo alternado, desde o início, víamos iAm se condoendo, se matando para pensar em um jeito de salvar o puto, vemos que Trez só foi se lembrar que tinha um irmão, e se preocupar com o que poderia lhe ter acontecido lá pela página 300 (!) do livro - nisto, o pobre do iAm já tinha sido preso no território s'Hisbe, já tinha passado um perrengue danado para tentar buscar uma solução para a tal da doença da Escolhida, tudo pelo irmão;
5) Faltou aquele clima de mitologia (ainda que forjada) que teve em Amante Desperto, quando haviam capítulos atuais se alterando com capítulos flashback da época da prisão do Z. Em umas duas ou três páginas, a Ward nos mostra muito por cima como foi o curto espaço de tempo que Trez passou na prisão s'Hisbe quando garoto (e não foi nada demais, no final das contas);
6) Nada de Sola Morte (graças aos céus pelos pequenos favores), mas tem um pouco de Assail, e ela, só em suas lembranças;
7) Houve a introdução de uma personagem nova, a Paradise, filha do Primeiro Conselheiro do Rei, que vai ser personagem do livro da spin-off, Black Dagger Legagy, a ser lançada em Dezembro/15. No início achei-a chatinha, tipo adolescente que só pensa em celulares e mensagens de texto, e cheia de nove horas, mas depois acabei gostando dela, porque abordou algumas questões bacanas sobre o conservadorismo que impera também na raça, contra a aceitação das fêmeas na guerra contra os lessers
8) A tal da Princesa s'Hisbe, que já vínhamos adorando odiar, se mostra simplesmente uma FOFA livro afora (oi?)
9) A Ward foi óbvia demais em algumas das soluções de seus conflitos. Revisitou mesmo aquele velho clichê do "dois-irmãos-gêmeos-e-uma-garota", e a escaramuça com o s'Hisbe pela qual iAm se descabelou livro afora - e para o qual, Trez não parecia dar a mínima - acabou se resolvendo MILAGROSAMENTE SEM ENVOLVIMENTO DELES (oi²? aí fica muito fácil, não?) 
10) No campo Xcor X Layla.......... tem uma cena deles verdadeiramente boa, de deixar o coração formigando e borboletas no estômago. Para logo em seguida, Xcor peidar o fubá e cagar a coisa toda. Eu sempre o defendi, mas finalizei The Shadows positivamente odiando-o. Assim não dá para te defender, abigo!
11) Rhage teve uns faniquitos inexplicáveis O LIVRO INTEIRO!!!!! Faniquitos que não explicaram a que vieram, porém, dão pistas do que acontecerá no livro seguinte, que se chamará "The Beast" (obviamente relacionado ao dragão que Rhage carrega dentro de si), e que enfocará ele com Mary. Já digo aqui minha aposta para The Beast: já que Mary é estéril, o bebê que ela e Rhage terão certamente será adotado. E minha aposta é que seja daquela fêmea que está moribunda no Safe Place. (Óbvio, Ward... tão óbvio... tsc tsc tsc).
12) A Virgem Escriba dá o ar de sua graça bem no início, mas nada relevante. Parece que a autora só enfiou ela na história para constar. 
13) o s'Ex tem coração... e ele sangra! (quem diria......)

A parte boa... as cenas do iAm são hot, críveis e ele é verdadeiro macho de valor! Se enxugassem todas as chorumelas e fizessem só uma novella dele, seria perfeita. Agora deixar o pobre do Xcor em suspenso, esperando a prostituta que exigiu do Zypher, para esquecer a Layla (escroto!) por mais de setenta páginas, é broxante demais, pois quando retoma daquele ponto, tanta coisa aconteceu antes e depois que você acaba nem estando mais naquele clima.
Apesar do consenso que eu acho que vai ser geral, eu não desgostei muito profundamente do final de Trez e Selena. Pelo menos nisto, a Ward foi minimamente coerente. Embora eu sinta que não foi um ponto final. 

Livro ruim, gente. 
Que pena


quinta-feira, 2 de abril de 2015

The Hellbound Heart (Hellraiser) / O Coração Condenado - Clive Barker

Por falar em livros...


Vou falar hoje de uma noveleta (para quem não sabe, uma noveleta - ou novella - é basicamente aquela história que é grande demais para ser um conto, e pequena demais para ser um livro) de Clive Barker, autor dos excelentes "Livros de Sangue" e "O Desfiladeiro do Medo" (este último, já resenhado aqui

Foi publicado inicialmente em Novembro de 1986, com o título de The Hellbound Heart, pela editora Dark Harvest, no terceiro volume da sua série de antologias Night Visions, e conhecido por ter se tornado a base para o filme de 1987, Hellraiser (no Brasil, o filme ganhou o subtítulo "Renascido do Inferno") e suas continuações. A novella voltou a ser publicada de forma individual pela HarperCollins em 1988, após o sucesso do filme, junto com um audiobook gravado por Clive Barker e publicado pela Simon & Schuster Audioworks. 
Tem o estilo gore e visceral que Barker já introduzira nos seis volumes de sua série de contos "Os Livros de Sangue". 

A história enfoca um quebra-cabeça místico em forma de caixa e o horror que se abate sobre uma família que deu azar de cruzar seu caminho.


Eu andava a procura deste conto desde que havia lido alguns volumes dos Livros de Sangue. Desde criança eu gostava do filme (a figura do Pinhead, sempre foi das minhas favoritas dos filmes "proibidos", mas que eu assistia escondido mesmo assim) e quando descobri o autor, tentei fazer buscas pela internet, mas nunca havia encontrado este material. Descobri mais tarde, que nunca foi lançado aqui no Brasil, daí a ausência de informações. 
Consegui baixar o audiobook e ele ficou esquecido no meu note por alguns meses, mês passado eu acabei jogando no iPod para ouvir qualquer hora destas (me alegra agora saber que o narrador é o próprio Clive, conforme a Wikipedia, informação que havia me passado despercebida). Bom, em matéria da língua inglesa eu sou uma curiosa entusiasta, mas não expert. Me viro bem na escrita e leitura, mas minha compreensão verbal deixa muito a desejar. Consegui apreender uns 70% da narração em quatro partes e já me dei por muito satisfeita! E foi muito bom ter contato com esta mídia e ver que funciona bem para mim (eu enjoo se tentar ler no ônibus e sempre ando com meu iPod, então, já cogito enchê-lo de audiobooks para poder aproveitar as enfadonhas viagens de ônibus e caminhadas a pé de casa para o trabalho, do trabalho para casa - rs)

Aproveitando o entusiasmo que ter acesso à esta tão procurada história  me causou, resolvi praticar um pouco o meu inglês e fiz uma tradução amadora, que disponibilizo para quem quiser ler e conhecer. Baixem aqui "O Coração Condenado" em pdf.

Considerações gerais:
1) Não sou tradutora profissional, o material pode (e certamente deve) conter erros e/ou inconsistências, sejam condescendentes em seu julgamento;
2) Este post não é um incentivo pirataria - levem em conta que este material não foi lançado no Brasil;
3) Como fã, também torço para que alguma editora se anime a lançar o material com uma primorosa tradução profissional, em edição linda para ser ostentada na estante, e estarei na primeira fila para comprar!


Ah, sobre a história... Eu gostei muito da narrativa. É basicamente a mesmíssima história do filme (o primeiro), com algumas poucas diferenças, mas com aquela profundidade que só o livro tem em relação ao filme. 
Diverti-me muito ouvindo, lendo, traduzindo e revisando. Espero que gostem também!

Até mais!


Links corrigidos. 
Para baixar em PDF clique aqui  e para baixar em EPUB, clique aqui
Boa leitura!